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Donald Trump anuncia nova pausa de 90 dias nas tarifas para a China

Presidente assina ordem executiva estendendo prazo até novembro e dando assim espaço para que as duas maiores economias do mundo não entrem desde já numa guerra comercial. Pequim continua a parecer pouco preocupada com a vontade de Washington.

Mais uma vez, Donald Trump adiou a imposição de tarifas sobre a China, anunciando outra pausa de 90 dias, poucas horas antes de o prazo do último acordo entre as duas maiores economias do mundo chegar ao fim. Trump assinou uma ordem executiva estendendo o prazo até 9 de novembro, segundo avança a agência Reuters. As autoridades chinesas disseram, no início desta segunda-feira, que esperavam que os Estados Unidos se esforçassem para obter resultados comerciais "positivos", uma vez que a distensão de 90 dias alcançada entre os dois países em maio passado estava prestes a expirar. "Esperamos que os Estados Unidos trabalhem com a China para seguir o importante consenso alcançado durante o telefonema entre os dois chefes de Estado e lutem por resultados positivos com base na igualdade, respeito e benefício mútuo", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, em comunicado.

Ficava claro que a China não está disponível para um acordo ‘cego’ e imposto por Washington nos moldes que são da sua exclusiva vontade – como aconteceu, segundo vários analistas, com a União Europeia. Nem se mostrou preocupada com as consequências do ‘desalinhamento’ com a Casa Branca, mesmo depois do que viu acontecer à Índia. A propósito, vale a pena recordar que a China é outro dos países que mais petróleo tem comprado à Rússia desde que invadiu a Ucrânia – não sendo por isso que o assunto tenha sido nomeado (ao contrário do que sucedeu à Índia) como um elemento fundamental das negociações entre as duas maiores economias do mundo. Para os analistas, isso revela que a China está indisponível para admitir as ‘chantagens’ de Washington – para, no final, como aconteceu com a União Europeia, ainda se mostrar agradecida por qualquer eventual redução das tarifas finalmente acordadas.

Ainda segundo a Reuters, as autoridades chinesas e norte-americanas disseram esperar que a pausa seja estendida após a mais recente ronda de negociações comerciais realizada no mês passado em Estocolmo. Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, disse na semana passada que o seu país tinha "os ingredientes" de um acordo comercial com a China e que estava otimista sobre um caminho a seguir.

No domingo passado, Trump disse nas redes sociais que a China deveria quadruplicar as suas compras de soja dos Estados Unidos para ajudar a reduzir o défice comercial entre ambos. Atualmente, as exportações dos EUA para a China estão sujeitas a tarifas de cerca de 30%, com as importações da China sujeitas a uma tarifa básica de 10% e uma tarifa extra de 20% em resposta às alegações de contrabando de fentanil. Alguns produtos são tributados a taxas mais altas. As exportações dos EUA para a China estão sujeitas a tarifas de cerca de 30%.