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Crédito mais restritivo elimina ganhos com recuperação energética

O disparo nos custos causado pela crise energética dá sinais claros de estar contido, mas a subida dos juros pressiona as empresas nacionais por outra via. O investimento sofrerá e, com a economia portuguesa a começar a dar indícios de fragilidade em vários sectores, as perspetivas de um crescimento muito acima do da zona euro podem sair furadas.

O inesperado aumento de custos causado pela crise energética, iniciada em 2021 e amplificada no ano passado, parece ter dissipado, mas a recuperação nesta vertente está a ser contrariada pela subida de juros, que coloca pressão sobre o sector produtivo nacional, sobretudo o mais endividado. A economia começa a dar sinais de fragilidade em vários sectores e, dado o foco colocado nas exportações e no investimento como motores do crescimento e de uma transformação estrutural, as projeções para 2023 podem ficar longe da realidade.
Portugal até foi dos países menos afetados pelo disparo nas cotações do gás natural e eletricidade na Europa, dada a baixa exposição aos fornecimentos russos e a menor necessidade de consumo do que os países mais frios e industrializados do norte da Europa. No entanto, a subida de custos causou dificuldades reais e consideráveis às empresas, que se confrontaram com um aumento significativo de custos numa altura em que a expectativa era de recuperação após a pandemia.

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