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Consumo em alta: portugueses gastam mais em lazer, restaurantes e eletrónica

O novo relatório da Deloitte sobre as tendências do consumidor mostra que os portugueses estão mais confiantes para consumir bens não essenciais.

Os portugueses consumiram mais e mostraram-se mais confiantes quanto ao futuro da economia. Esta é uma das principais conclusões do Consumer Signals Annual Report 2024, o novo relatório da Deloitte que explora as tendências de comportamento dos consumidores.

A intenção de consumo dos portugueses aumentou, especialmente em bens não essenciais, passando de -6% no último mês do ano de 2023 para 18% em dezembro de 2024. Esta tendência foi liderada pelos consumidores entre os 18 e 34 anos, com um crescimento de 37% na intenção de despesa.

Os adultos (35-54 anos) e os seniores (55+ anos) concentraram os gastos, sobretudo, em supermercado e habitação; os jovens (18-34 anos) destinaram a maior parte do seu orçamento às categorias de supermercado e lazer, entretenimento e viagens de recreio (ambas com 13%), seguindo-se vestuário e cuidados pessoais (12%). "Apesar de um maior otimismo, o consumo cresceu de forma seletiva, priorizando o bem-estar e as experiências que fazem sentido dentro de um orçamento controlado", afirma João Paulo Domingos, Partner, Consumer Industry Leader da Deloitte.

O relatório agrega ainda dados sobre os hábitos de viagens e turismo dos portugueses. Em 2024, os portugueses reajustaram as suas prioridades, reduzindo a preferência por estadias em hotéis e voos internacionais, ao contrário dos consumidores europeus, que mostraram um ligeiro aumento no interesse por este tipo de viagens.

Entre os segmentos de viagem ou lazer em que os portugueses indicaram ser mais provável investir, encontravam-se o alojamento (43%) e as viagens de avião (34%). Entre os portugueses que previam investir em viagens num futuro próximo, a maioria preferia viajar para destinos mais distantes de casa, durante a época baixa.

A decisão de compra de um veículo em Portugal foi, em grande medida, marcada pela racionalidade financeira, com a troca a dever-se principalmente aos custos de manutenção elevados da viatura atual, algo particularmente expressivo entre adultos (35-54 anos) e seniores (55+ anos) – com 27% dos inquiridos a referirem esta razão. Ao nível da adesão dos consumidores nacionais aos veículos elétricos, esta manteve-se baixa, travada por barreiras como o preço e a percepção de valor.

"Áreas como tecnologia e bem-estar continuarão a prosperar, por representarem investimentos percebidos como duradouros e com propósito. No turismo, o crescimento virá com mais foco na experiência personalizada e no valor real entregue. Já o setor automóvel terá de vencer o desafio dos custos e da infraestrutura para impulsionar a mobilidade elétrica", diz João Paulo Domingos, Partner, Consumer Industry Leader da Deloitte.