O Banco Português de Fomento adiou para o fim de dezembro o prazo para o “final closing” dos fundos de capital de risco do Programa Consolidar.
O prazo era setembro mas, a pedido de várias sociedades gestoras, o Banco Português de Fomento adiou o prazo para as capitais de risco poderem fazerem o final closing dos seus fundos. Dificuldades de algumas capitais de risco em levantarem o capital privado necessário, levou o banco a adiar o prazo.
A Core Capital está entre as sociedades de capital de risco, que, antes do fim de setembro, já tinha conseguido levantar o investimento privado mínimo previsto, que neste caso era de 23 milhões de euros, para poder receber os 50 milhões do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR).
O Programa Consolidar prevê que as Sociedades de Capital de Risco selecionadas assegurem a subscrição de fundos com uma dotação mínima de 40 milhões de euros cada um, sendo a comparticipação do FdCR, lançado no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), entre 10 e 50 milhões de euros por fundo, e que o investimento nos fundos de capital de risco a subscrever seja acompanhado de investimento privado, com uma comparticipação de, pelo menos, 30% do capital total de cada fundo.
A Core Capital, liderada por Nuno Fernandes Thomaz, Martim Avillez Figueiredo, constituiu o fundo Core Consolidar e já tem três investimentos em vista, em fase de due-diligence, apurou o Jornal Económico.
Recorde-se que em 31 de julho foi o prazo para a primeira subscrição (first closing) de fundos de capital de risco destinados ao investimento na capitalização de PME e Mid Caps, no âmbito do Program e Pedro Araújo e Sá a Consolidar financiado pelo Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR). Na altura foram alocados 478,3 milhões de euros a 11 Sociedades de Capital de Risco (ficaram três de fora), potenciando um investimento de 769 milhões de euros na capitalização de empresas economicamente viáveis.
O fundo Horizon Equity Partners, que tinha inicialmente um investimento público aprovado de 28 milhões, pediu um top-up ao BPF e recebeu 49 milhões de euros (mais 10,8 milhões do que o inicialmente previsto). Isto depois de ter assegurado um investimento privado acima do mínimo previsto que era de 12 milhões. A sociedade de capital de risco, liderada por Sérgio Monteiro e por Nuno Alves, levantou, no first closing, 21 milhões de euros em capital privado e, por isso, o fundo Horizon Growth Fund I tem agora 70 milhões para fazer investimentos em PME e midcaps.
Também a Touro Capital Partners viu a alocação inicial de capital aprovada pelo Banco de Fomento subir de 20 milhões para 50 milhões de euros, tendo o fundo de capital de risco desta sociedade conseguido levantar 50 milhões de capital privado (mais 30 milhões do que o previsto). O fundo da Touro, “focado no investimento em PME com negócios maduros e modelos de negócio comprovados, com capacidade exportadora e situação financeira saudável”, tem agora 100 milhões para investir e é, até agora, o fundo com maior capacidade financeira. A Touro privilegia investimentos nos sectores industrial (agroindustrial e logística) e negócios auxiliares. O fundo da Touro já investiu numa empresa, a S317 Consulting. O investimento total foi de 6 milhões, sendo 50% o investimento do FdCR.
O fundo constituído pela sociedade de private equity liderada por António Esteves, o Fortitude, viu reforçado o investimento do BPF de 10,2 milhões para 50 milhões (mais 39,8 milhões) e levantou capital privado de 21,43 milhões no primeiro closing no fim de julho. O investimento privado mínimo previsto é de 29,8 milhões. O Fortitude tem agora 71,43 milhões para investir em empresas no âmbito do Consolidar.
A Fortitude Capital lançou o Fundo PE Special Situations, focado exclusivamente em Portugal, e já fez um primeiro investimento. Segundo o site do BPF, o fundo da Fortitude investiu, na Tree TOPS Lda, 115,42 mil euros dos quais apenas 19,35% (22,34 mil euros) foi investimento do FdCR.
A Crest Capital Partners e a Growth Partners Capital reportaram, cada uma, três investimentos em empresas. O fundo da Crest Capital investiu 26,06 milhões nas empresas Aquacria Piscícolas, na Safiestela e na Aquarcria Nazaré. Já o fundo da Growth Partners investiu 11,4 milhões nas empresas Camp I&D, na Carnes Campicarn e na ID Energy Group.
De fora do Consolidar ficaram a Draycott, a Portugal Ventures e a ECS. “Os valores alocados a estas três Sociedades de Capital de Risco foram descativados e alocados aos restantes candidatos”, revelou o BPF.