O setor da madeira e mobiliário realizou o seu 8º congresso, onde foram destacados temas centrais como ESG, descarbonização, gestão de talento e atratividade do setor, internacionalização, financiamento, marketing e inovação. A intervenção do secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, chamou a atenção para o muito que ainda há a fazer no setor. “Há muito trabalho feito, mas há problemas. É preciso criar harmonização, uma melhor gestão, maior proteção e valorização e, sobretudo, criar oportunidades.”
Concluindo que “não devemos, a bem do país, falar só das florestas quando há incêndios e há desgraças. Temos de demonstrar que a floresta e tudo aquilo que ela traz têm de ser um desígnio nacional, por aquilo que aporta, mas sobretudo para não criar a imagem que depois tem um impacto negativo. Independentemente de quem está nas missões, temos de dar o melhor, temos de garantir que estamos a fazer o melhor pelo país, na perspetiva produtiva, sobretudo na criação de valor e riqueza, mas também para criar proteção para que as nossas populações não passem por aflição, dando previsibilidade, que é uma grande segurança.”
“Com um peso de mais de 4% no PIB nacional, o setor reafirma-se como um pilar estratégico da economia portuguesa, impulsionado pela sua competitividade e visão sustentável”, refere a organização.
O 8º Congresso das Indústrias de Madeira e Mobiliário, organizado pela AIMMP – Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal, decorreu sob o mote ‘Um Rumo de Excelência’. O evento contou com uma participação de mais de 230 participantes, entre empresários, especialistas e stakeholders de todo o país.
“A indústria de madeira e mobiliário tem demonstrado um crescimento consistente na última década, duplicando as exportações para mais de três mil milhões de euros anuais. Inovação, tecnologia, design e digitalização têm sido os vetores deste sucesso, posicionando o setor como um dos mais rentáveis e dinâmicos da economia portuguesa”, refere a AIMMP.
Na abertura do evento, Isabel Damasceno, Presidente da CCDRC – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro, destacou a importância das empresas da região para a economia nacional. "No centro localizam-se cerca de 20% das empresas do país”, reforçando o congresso como uma oportunidade de afirmar o papel da região enquanto motor de crescimento para Portugal, promovendo o diálogo entre inovação e tradição, que são pilares fundamentais da indústria.
A programação do congresso incluiu ainda debates sobre descarbonização, estratégias de sustentabilidade para alinhar a indústria com os objetivos climáticos globais, e o impacto da inteligência artificial (IA) no marketing, numa apresentação de Pedro Dionísio sobre gestão e inovação. Destacaram-se também duas mesas redondas, uma sobre a gestão de talento e outra sobre a gestão florestal numa visão mais empresarial, dois desafios críticos para o futuro do setor.
Para Vítor Poças, Presidente da AIMMP, o congresso reafirma o compromisso do setor com a excelência e a sustentabilidade. "Estamos num momento decisivo para consolidar o crescimento do nosso setor, mas também para enfrentar desafios globais como a descarbonização e a digitalização. O sucesso da indústria depende de uma gestão eficiente da floresta, um recurso natural e renovável que sustenta a nossa atividade. Para continuarmos a crescer, precisamos de fortalecer as exportações, reduzir as importações e apostar na formação de talento”, destaca.