Skip to main content

Começar o ano sem professores. Constrangimento deverá afetar mais de 125 mil alunos

Informática e Português são as disciplinas que registam maiores dificuldades de recrutamento, segundo Luís Lobo, do secretariado nacional da Fenprof, que cita dados da Federação em declarações ao JE.

No início do presente ano letivo, 1.300 horários de professores encontram-se por preencher que deixam, consequentemente, 90 mil alunos sem todos os professores, de acordo com o ministro da Educação. 

Contudo, de acordo com os dados partilhados pela Fenprof ao Jornal Económico, neste momento há 125.795 alunos afetados pela falta de professores. Estes números espelham o início de um novo ano escolar com constrangimentos, cuja percentagem de colocação ascende a 95%, inferior aos 97,5% do ano passado.

Lisboa (49.385 alunos), Setúbal (21.635) e Faro (11.705) são os distritos cujos números de alunos afetados é superior, informação que diz respeito à distribuição por distrito dos horários de grupos de recrutamento lançados pelas escolas entre os dias 4 e 8 de setembro. 

Informática e Português são as disciplinas que registam maiores dificuldades de recrutamento, de acordo com a Fenprof.

"Estamos muito preocupados com esta situação. Não é por falta de aviso ao Governo para a necessidade de tomar medidas", disse Luís Lobo, do secretariado nacional da Fenprof, em declarações ao JE.

Por sua vez, Pedro Barreiros, secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE), entende que no presente ano letivo "a situação está pior do que no ano passado".

"Não vamos conseguir encontrar respostas em termos de recursos humanos em número suficiente para fazer face às necessidades", disse ao JE.

O dirigente mostrou-se preocupado com a substituição de docentes em vias de se aposentarem: "No presente ano letivo vão aposentar-se cerca de 3.500 professores. Entraram para os cursos de ensino, este ano, nem metade desse valor. Não está a ser encontrada resposta para as necessidades futuras".

O ministro João Costa disse esta semana que, em 2022, o Ministério “partiu mais cedo para as contratações de escola”, o que levou a uma maior agilidade na substituição de professores". Além da falta de professores, uma série de greves convocadas por vários sindicatos marca o início deste ano letivo. 

https://jornaleconomico.pt/noticias/ano-letivo-arranca-com-greves-na-mira/

Da parte do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), foi convocada uma greve entre 18 e 22 de setembro e uma manifestação nacional em Lisboa no dia 22. Em outubro, por ocasião do Dia Mundial do Professor, estão já agendadas várias greves, que João Costa já veio lamentar.

https://jornaleconomico.pt/noticias/ministro-lamenta-greves-a-abrir-ano-letivo-e-diz-que-alunos-devem-ser-prioridade-c-audio/

“Lamento que, num ano letivo que vai começar com uma geração de alunos que teve dois anos de pandemia [e após] um ano com alguma perturbação, a primeira iniciativa anunciada por um sindicato que representa professores seja parar as aulas duas semanas”, disse o líder da pasta da Educação.