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“Com a atual Constituição, não serei candidato às eleições presidenciais”

Patrice Trovoada a Foi demitido este mês do cargo de primeiro-ministro de São Tomé e Princípe, acusado de deslealdade institucional pelo Presidente da República. Ao JE, diz que a decisão tem motivos pessoais e que optou pela paz social nesta crise política. Não decidiu se continua na política, mas não será Presidente.

O Presidente da República demitiu-o, e ao seu governo. Acusou-o de deslealdade institucional e de falta de informação. Surpreendeu-o?
Sim e não. Sim, porque não foram respeitados os requisitos constitucionais. Não há como, no nosso sistema, demitir um primeiro-ministro sem apresentar o argumento principal, que é o disfuncionamento institucional. E, sem ouvir, primeiro, o Conselho de Estado. Ora, de tudo o que eu ouvi da parte do Presidente da República, nada tem a ver com o disfuncionamento das instituições democráticas. E dentro da atrapalhação para demitir o primeiro-ministro Patrice Trovoada não houve auscultação prévia do Conselho de Estado. Por isso, essa maneira de desrespeitar a Constituição surpreende-me, sim. Fui observando algumas tensões e algumas atitudes no relacionamento com Carlos Vila Nova, Presidente da República, mas nunca pensei que assuntos pessoais pudessem levar a uma perturbação institucional deste tamanho. E, sobretudo, desrespeitando a Constituição, demitindo um governo com maioria absoluta e que surgiu nas circunstâncias que surgiu em São Tomé e Príncipe.

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