Qual é a sua principal preocupação, qual o projeto que mais lhe toma a atenção como CEO da Ericsson Portugal?
Eu diria que é isto: "como é que a indústria de telecomunicações não pode falhar a monetização do 5G". Porque vemos que os operadores não tiveram êxito na monetização do 4G, foi toda a economia das apps, os hiperscalers em cima das principais empresas, a maioria deles americanos, já agora. O 4G foi monetizado, mas foi monetizado de forma significativa por muito poucas pessoas. No 5G, acho que estamos a correr o risco que isso aconteça outra vez. E é isso que me preocupa, porque "enquanto a indústria das telecomunicações não conseguir monetizar, estaremos em apuros.
E isto não é um projeto [da Ericsson], é sobre a direção que a indústria está a tomar: como é que os operadores, juntamente com os fornecedores, conseguirão tornar rentáveis os investimentos que estão a fazer hoje.
Há três pernas nesse banco: os clientes, as empresas [que estão a desenvolver a tecnologia] e o governo, que regula. Sobre essa terceira perna, o governo, acha que estão inclinados a querer evitar a monetização do 5G
Acho que não é só em Portugal. Acho que é uma característica europeia: o regulador estava a lidar e a regular o sector com as mesmas regras de há 30 anos. Falando em termos gerais. Isto significa que estavam a implementar medições como se nós ainda tivéssemos monopólios nos países, como o antigo Portugal Telecom ou a Telefonica, em Espanha, ou a Telecom Italia ou a Deutsche Telekom.
Tal como na energia, nos comboios e noutros sectores...
Sim, mas já não é o caso. Já não há monopólios. Em todos os países europeus temos boa concorrência em termos de operadores de telco. Então eu acho que o que deveríamos estar a ver é uma evolução dos reguladores no sentido de protegerem essas empresas que estão a enfrentar investimentos significativos, para que realmente criem valor. Porque hoje não estão a criar valor. Hoje, a maioria dos operadores europeus estão a operar abaixo do custo do capital. Isso é um facto. Estamos a ver algumas fusões e aquisições um pouco por toda a Europa. Temos uma em Portugal, muito pequena, com a Vodafone e a Nowo. Mas temos uma em Espanha que é muito relevante, não apenas por causa do impacto no mercado espanhol, mas também porque será a resposta para a pergunta: 'O que vai acontecer, em termos de outras potenciais consolidações, se a consolidação na Espanha for aprovada, mas com remédios muito duros?' Se for aprovada com remédios muito exigentes, então os incentivos para novas consolidações vão deixar de existir, vão desaparecer. Então, o que quer que aconteça na fusão – e que, esperamos, vamos saber até ao final do ano – vai definir o caminho para o que está por vir.
Também para Portugal, que vê Espanha como percursora do que será o seu próprio mercado dentro de alguns anos.
Para Portugal, mas não só para Portugal. É toda a Europa. Acho que estamos a sofrer o mesmo tipo de problemas, e então vemos como as grandes operadoras europeus estão a sofrer. Talvez Portugal, nessa perspectiva, seja uma espécie de exceção. Em Portugal, as operadoras estão a ter um desempenho bastante bom, em média, em comparação com as grandes operadoras europeias, as [antigas] incumbentes.
Mas o dinheiro que estes tipos estão a investir é enorme e eles precisam pagar pelas licenças, pela rede, etc. E mais tarde depois não conseguem monetizar. Falamos sobre isso muitas, muitas vezes: só para fazer uma comparação, nos EUA um operador tem uma média de 90 milhões de clientes. Noventa milhões de clientes! Na Europa são quatro milhões de clientes [em média]. Em Portugal ainda são menos.
Portanto, a sua conclusão é?
O que isso significa é que a escala que [os operadores europeus] precisam para fazer os investimentos não pode acontecer com a forma como a situação está atualmente montada. Voltando à sua primeira pergunta: isto está por detrás de tudo. E quem está a monetizar todos esses investimentos de rede? Bem, nós sabemos quem está monetizando. São os hiperscalers.
Dei-me conta que está prestes a completar um ano no cargo [1 de novembro]. É esta a missão que lhe confiaram em Portugal? É pensar em novas maneiras de monetizar o mercado português?
Acho que é uma delas. Não se trata apenas de fechar negócios, também é sobre – e eu repito isto muito à minha equipa... – é sobre a criação do quadro que torna possível fazer negócios. Trata-se de ter o quadro no ecossistema que nos permite ganhar dinheiro.
Pode ser mais preciso quanto a esse ponto?
O quadro é este: que os reguladores empurrem na mesma direção; que os clientes empurrem na mesma direção; que os reguladores autorize a consolidação apenas com remédios limitados, nos países em que isso está a acontecer; que os preços do leilão para o espectro não sejam extremamente altos. Porque é isso que, de alguma forma, está a parar o investimento. O dinheiro que os operadores, um pouco por toda a Europa, estão a pagar antecipadamente pelo espectro é dinheiro que não fluirá para o investimento na rede. Isso é claro. Por que razão é que toda a economia em torno das apps nasceu nos EUA? E de forma muito limitada na Europa?
Qual é a resposta?
Se comparar o status do 4G nos EUA versus o da Europa, os EUA estavam muito mais avançados. Isso significa que eles têm os ingredientes para fazer com que as coisas aconteçam. O único país europeu comparável com os Estados Unidos era a Suécia. E adivinhe qual é o único país na Europa que tem uma empresa dentro desta economia de apps e que está a monetizar? É a Suécia! Com o Spotify. É o único que está a lutar com os empresas de topo americanas. Então, o que estamos a dizer é que há uma espécie de relação entre a digitalização e a qualidade da conectividade com essas startups que começam a aparecer. Pode haver outras razões, estou de acordo, mas esta é uma delas. O facto de ter os ingredientes para ter um mercado rentável e um ecossistema de startup. Acreditamos que isso é importante.
Nós em Portugal temos alguns ingredientes para esse aparecimento de startups, e é razoavelmente conhecido no mundo por ser uma espécie de berço das startups...
Concordo.
Mas qual é o principal ingrediente que ainda falta em Portugal?
Acho que é a conectividade. Eu acho que é o 5G a sério.
Não temos um 5G a sério? O que temos, então, uma imitação?
O 5G instalado até agora é de banda baixa, nos 700, e também é através de uma partilha de espectro. Mas em Portugal, até agora, não temos nenhum 5G standalone [5G pura, um sinal que depende apenas de equipamentos com a tecnologia 5G de transmissão para disponibilizar a rede de dados móvel]. Ainda não temos isso em Portugal. Isso ainda não aconteceu. Aconteceu há muito tempo nos EUA, no Japão, na Coreia do Sul, na China, na Austrália.
No Reino Unido?
No Reino Unido, também. Mas não há muito tempo. Na Europa, sim, já existe na Itália, Espanha, Alemanha e Reino Unido. Mas não há tanto tempo. Todos eles chegaram atrasados também. Mas em Portugal ainda não temos. E por que razão ainda não temos? Bem, como você sabe o leilão do 5G foi adiado cerca de um ano, o que teve um impacto tremendo. Volto a um ponto relevante: os operadores, em termos gerais, não vêm formas de monetizar o 5G. Eles não vêem o business case. O que chamamos a "aplicação killer". Não vêem isso.
Se eles não a vêem, não forçam esse investimento, e por isso não o temos.
Não, não forçam. Em Espanha dizemos: 'o que surgiu primeiro, o ovo ou a galinha?' Eu acredito firmemente que você precisa do ecossistema para fazer com que as coisas aconteçam. Caso contrário, outra empresa virá e agarra tudo, como aconteceu com a economia das apps. Isso aconteceu. Acho que nós, como europeus, estamos a correr o risco que isto aconteça outra vez. E temos apenas duas grandes empresas europeias na arena da tecnologia, apenas duas grandes empresas europeias na área da tecnologia
Está então a usar parte do seu tempo para tentar encontrar novas formas de monetizar o 5G. E então talvez os três operadores em Portugal possam pegar nisso.
Bem, estou a usar parte do meu tempo para compartilhar o que acredito que deve ser o caminho a seguir. Isto porque vejo que esse caminho em frente pode ser benéfico para todos. Mas não apenas nós como uma empresa, e os operadores como empresas, também pela sociedade, pela digitalização, pela transformação. O fato de que o país esteja digitalizado significa melhor educação, melhor saúde, reduzir a divisão digital. Ou seja, significa tudo. Essa é a realidade de hoje. Mas para isso você precisa de colaboração pública e privada também, porque alguns investimentos em áreas rurais não são rentáveis para uma empresa privada, para um investidor privado. Então, o governo precisa de pôr o seu foco atenção por ali. Agora haverá um tender para instalar fibra ótica nas áreas rurais. Mas a fibra não é a única solução: deveríamos estar a falar sobre como a fibra pode ser complementada com o 5G, porque há áreas onde não faz sentido alcançar com a fibra. É isso que estamos a dizer.
Sente que do outro lado está alguém a ouvir ou nem por isso?
Acho que sim, porque faz sentido. É lógico. Isso faz sentido.
Quais são os cinco maiores clientes da Ericsson em Portugal?
Bem, trabalhamos com todos os operadores. Por isso, são todos os operadores.
Qual é a estratégia da Ericsson para Portugal e para as suas outras geografias?
É manter o que sabemos fazer: redes.
Até que ponto a decisão do governo português, que decidiu bloquear as empresas chinesas no 5G em Portugal, em que medida isso impacta a vossa estratégia?
Bem, eu não acho que isso impacta a nossa estratégia. A Ericsson opera em 190 países, e nós lidamos com todos os tipos de regulamentação. E o facto de haver um regulamento agora em Portugal com esta resolução – a partir do final de maio... Bem, nós não fazemos política, limitano-nos a fazer negócios. A medida vai impactar ou não? Bem, pode ter um impacto...
Não lhe estou a perguntar se gosta da medida ou não...
Não, não... O que eu não gosto é como o mercado, de alguma forma, é adulterado por alguma regulação. Porque nós operamos a nível global. Então, qualquer coisa que possa ser vista como um sinal positivo num país, pode ser um sinal muito negativo noutro país. E isso está a acontecer, porque hoje tudo o que é geopolítico está interligado.
Mas aparte isso, em Portugal fazemos negócios. Éramos líderes há 20 anos. E continuamos a ser os líderes agora. E temos tido todo os tipo de regulamentação. Temos competido com todos, com muitas empresas que já não existem hoje. Estivemos a competir com muitas empresas que já não existem, e ainda estamos aqui. Este ano comemora-se o 70º aniversário da Ericsson em Portugal. Não sei quantas empresas globais permaneceram em Portugal durante 70 anos. Acho que existam assinta tantas.
Lembro-me da Siemens.
Especialmente empresas de tecnologia, porque sobrevivemos a todas as mudanças tecnológicas. No Imagine Life [evento da Ericsson esta quarta-feira, na sede em Lisboa], vou falar sobre como a Ericsson foi fundada, em 1953, como trabalhávamos naquela altura e como estamos a trabalhar hoje. E o nosso DNA permanece, que é um ADN de longo prazo. Estamos sempre a pensar no longo prazo. É por isso que todo esta regulação... nós continuamos a olhar para a frente. Temos uma estratégia e executamos essa estratégia.
Mas temos ou não uma regulamentação justa em Portugal?
Em termos gerais, penso que sim. Porque não?
Qual é o vosso plano de investimento para Portugal?
O facto de estarmos aqui há 70 anos significa que estamos a investir. E depois também vemos investimento na forma como dizemos: 'Ok, precisamos de adiantar dinheiro aqui porque queremos transformar esta oportunidade de negócio no futuro. E estamos a investir aqui em Portugal, e planejamos continuar a investir. Agora, como parte da estratégia Ericsson, estamos a focar-nos muito nas empresas. Acreditamos que uma parte significativa do potencial do 5G inicialmente será mais no B2B do que no B2C. Ou seja, mais na arena corporativa do que nos consumidores. Isso inicialmente. Tendo dito isso, estamos a investir junto dos nossos clientes para garantir que o negócio da empresa ganhe tração. Até agora falámos muito sobre redes privadas, etc. Mas, na verdade, a realidade é que não aconteceu muita coisa e era nisso que queríamos investir. Para garantir que algo acontecia, porque acreditamos que o poder transformador do 5G é enorme nas empresas.
Isso significa colocar equipamento junto dos clientes, interagir com eles e ver o que conseguem progredir.
Significa trabalhar em 'use cases', trabalhar em oportunidades e subsidiar alguns equipamentos. Significa garantir que têm recursos para que possam fazer coisas.
É uma estratégia comum para a Ericsson em todos os seus mercados ou apenas em Portugal?
Todos os mercados. Quero dizer... alguns mercados são mais maduros do que outros.
Qual é o caso de Portugal?
Eu acho que Portugal é maduro. Quando compara com a pegada global, é claro Portugal é maduro. Temos as oportunidades que existem na Alemanha? Não, porque não temos esse tipo de ecossistema empresarial em Portugal, nem em Espanha, nem na Itália. Isso é mais Alemanha, certo? Temos mais oportunidades do que na maioria dos países do mundo? Sim, eu acho que temos mais oportunidades. Afinal, fazemos parte da União Europeia, temos um ambiente macroeconómico estável. Eu acho que temos bons ingredientes ou arena, para fazer negócios e incentivar as empresas a investir. E é isso que estamos a tentar fazer.
Já vimos países que atrasaram tanto a adoção de certa tecnologia que, depois, simplesmente saltaram essa tecnologia por completo e passaram à seguinte. Faz sentido começar a pensar desde já no 6G em Portugal?
Você não é o primeiro a perguntar sobre isso. E a Ericsson já está a investir em seis G. Porque cada G leva cerca de dez anos. O 5G será de 2020 a 2030, mais ou menos. Mas sempre que alguém me pergunta sobre o 6G, eu digo: 'hey, descontrai'. Isso vai acontecer, mas vamos concentrar-nos no que temos hoje. E ainda temos um longo caminho pela frente no 5G. O 6G chegará, a Ericsson já está a investir nisso. Já estamos a mostrar o que acreditamos que será o 6G. Já o fizemos no Mobile World Congress, em Barcelona, em fevereiro. Mas eu prefiro concentrar-me no 5G porque ainda terá muitas coisas a fazer. E o 6G em Portugal será em 2030, 2030 e muitos.
Quais são as perspectivas da Ericsson para 2024, em Portugal e globalmente?
Acredito que estamos a ver incerteza a nível global. Incerteza macroeconómica e também muita instabilidade geopolítica. E é claro que estamos cientes disso. Acho que a situação atual é incerta. E foi isso que comunicámos na apresentação dos resultados da Ericsson, no dia 17. É isso que estamos a ver: incerteza. Vemos algumas áreas geográficas onde parte relevante do investimento em 5G já foi feita. E estes são os corredores da frente: EUA, Japão, Coreia, Austrália, etc. E depois vemos a Europa, que está a correr para a instalação da banda média e o lançamento do 5G standalone, etc. Vemos isso acontecer. E depois vemos outras áreas do mundo onde a incerteza política é tão grande que não sabemos realmente o que esperar. O risco da atual situação geopolítica com a Ucrânia, a Rússia e, agora, Israel e Palestina, eu tenho a sensação de que o mundo está a divergir, está a polarizar-se. Esse é o meu sentimento ultimamente. Se aplicarmos isso à tecnologia, estamos a correr o risco de acabarmos num padrão de divergência, isto é uma parte do mundo vai numa direção e outra parte do mundo vai para outra. E isso é um risco para a tecnologia, porque a tecnologia precisa de escala. E até agora isso não aconteceu. Quando leio as notícias, essa é a minha preocupação. A polarização política pode afetar tudo, certo?
E depois aumenta ainda mais a disparidade entre o acesso.
Isso pode acontecer.
Já o vemos de forma clara entre os EUA e a Europa, onde – como disse – não há uma boa base para fazer crescer empresas. O dinheiro, a adoção e a tecnologia estão nos EUA.
Mas eu não penso que isso se deva a questões geopolíticas. Eu acho que é por causa da estratégia dos países. É difícil construir uma estratégia com 27 países onde cada país toma as suas próprias decisões. Quero dizer, estamos a falar da União Europeia, certo? (risos). Em vez de ter uma administração, que tem um caminho muito claro pela frente, acho que na Europa estamos a ter dificuldades nisso.
A Europa ainda está a sentir problemas com a adoção de uma lei tecnológica, uma política comum para os assuntos tecnológicos.
Absolutamente, sim. E esse é um dos problemas. Volto à sua pergunta anterior: não se trata de um país a proibir fornecedores de alto risco. Não é sobre isso. É sobre um país tomar uma decisão em 2020, outro país tomar uma decisão em 2024, outros países não tomam decisões de todo. Outros que dizem que vão tomar uma decisão e depois não tomam... O que os negócios precisam é estabilidade. É isso que os negócios precisam. E a incerteza é o inimigo do negócio. E em todos os países onde há incerteza, por exemplo sobre o que vai acontecer com a regulamentação, as empresas não investem. E isso é natural. É preciso regulamentação, seja qual for a regulamentação.
Acho que na Europa este tema é muito importante, porque temos grandes operadores europeus. Os incumbentes como a Telefonica, a Orange, a Telecom Italia, a Deutsche Telekom, a Vodafone, a British Telecom. Quer dizer, temos empresas europeias muito grandes e deveria haver um quadro comum. E então temos dois fornecedores europeus em tecnologia: somos nós e a Nokia. A Europa deve tratar disso, porque é a única perna, relevante e grande, que temos dentro da tecnologia.
Como é que têm sido os resultados em Portugal?
O que posso comentar é que em Portugal estamos a crescer significativamente, porque tomámos a decisão há três anos para ganhar quota de mercado com a NOS. E isso é público. Foi um anúncio público. Estamos a implanta essa rede e isso significa mais volumes. Acho que estamos num pico de entrega [em Portugal], historicamente. Mas depois quando você decide investir, a rentabilidade impacta. Por isso, nos investimentos que estamos a fazer hoje, esperamos ver um retorno dentro dos próximos 3 a 5 anos, ou algo assim. Os operadores fizeram investimentos significativos e, claro, isso reflete-se no nosso P&L (profit and loss).
Juan, em que consiste o Imagine Live da Ericsson, que arranca hoje aqui na sede?
É um evento onde trazemos e mostramos nossa tecnologia, e apresentamos a nossa estratégia. Mas este ano é um pouco especial, porque é o 70º aniversário. Vamos fazê-lo no terceiro e quarto andares deste edifício, estamos a retirar todos os móveis, tudo. E vamos trazer cá os clientes. Quero que eles vejam o que é a Ericsson. E vamos ter lá todas as demos. Para nós, é muito trabalho. Temos muitas pessoas a trabalhar nisso desde há meses. É um investimento significativo e, para nós, é mostrar o nosso ADN. Compartilhamos a nossa estratégia, mostramos a forma como vemos o mercado, onde vemos o potencial. E trazemos demos globais que estiveram em Barcelona.
Qual é a 'demo estrela' deste ano?
Eu não diria que há uma melhor do que outra. Eu acho que é muito relevante a parte da monetização do 5G. Como é que vemos outras operadoras no mundo a monetizar o 5,G com 'use cases' que trazemos aqui e mostramos aos clientes aqui.
Como é que eles estão a monetizar o 5G?
Bem, há diferentes 'use cases'. Eu acho que o que falhamos na Europa é convencer os clientes finais de que eles têm que pagar pela conectividade. Os 'use cases' podem ser na realidade virtual ou na realidade aumentada. Acho que estamos numa fase muito precoce, mas isso virá. Isso é no B2C, mas também vimos muitos 'use cases' para empresas, como a que fizemos aqui no Porto de Aveiro. Juntamente com a Vodafone, estávamos a fazer um teste no Porto de Aveiro sobre como é que uma rede 5G standalone pode melhorar o desempenho de algumas métricas, KPIs.
O tempo que demora a descarregar um navio e esse tipo de coisa?
Para descarregar, carregar, segurança. 'Use cases' na indústria. (...) No caso dos portos, é um caso muito claro de monetização do 5G. Os benefícios já foram testados. Já o fizemos aqui no porto de Aveiro. Fizemo-lo na Itália, no porto de Livorno, e vamos fazer agora no porto de Barcelona. E esperamos fazer mais aqui, no porto de Lisboa e no de Sines.