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Católica e universidades privadas sobem propinas à boleia da inflação

Questionada pelo JE acerca do aumento das mensalidades, a universidade justifica a atualização da tabela de propinas, taxas e emolumentos com a subida dos custos de energia, sublinhando, ainda, a "responsabilidade para com o seu corpo docente e de funcionários, seguindo necessariamente o aumento salarial de referência para fazer face à inflação".

As propinas das universidades privadas registaram um aumento generalizado no ano letivo 2023/2024, com a Universidade Católica Portuguesa (UCP) a liderar entre as entidades de ensino superior privado consultadas pelo JE que mais subiram os preços.

No caso da UCP, está em causa uma subida média de 8% no presente ano letivo, confirmou a instituição.

Questionada pelo JE acerca do aumento das mensalidades, a universidade justifica a atualização da tabela de propinas, taxas e emolumentos com a subida dos custos de energia, sublinhando, ainda, a "responsabilidade para com o seu corpo docente e de funcionários, seguindo necessariamente o aumento salarial de referência para fazer face à inflação".

Por sua vez, a Universidade Autónoma de Lisboa "atualizou o seu preçário na ordem dos 3%, depois de 4 anos letivos em que esse preçário se manteve inalterado".

"Este foi um aumento pontual que deverá manter a mesma filosofia, ou seja, inalterado para os próximos anos letivos e foi uma atualização em linha com o último verificado, há 5 anos", explica a Autónoma de Lisboa, que tem cerca de quatro mil alunos, ao JE.

No caso da Universidade Lusófona, pelo contrário, as propinas "são atualizadas anualmente em função da inflação".

Segundo a UCP, a instituição "sofreu um aumento de despesas fixas de mais de 30%" no ano passado e este ano, que aponta para uma ausência de "compensação pelos aumentos dos custos de energia", "ao contrário das universidades estatais".

Em números, o aumento das mensalidades pode ser de, pelo menos, 50 euros nas licenciaturas, e chegar aos cem euros nos mestrados.

"Como universidade sem qualquer apoio operacional do orçamento de Estado, e ao contrário das universidades estatais, a UCP não recebeu compensação pelos aumentos dos custos de energia. As propinas da UCP refletem o custo real da formação, todavia os alunos da UCP em situação de fragilidade financeira usufruem do apoio da universidade através de uma política de reduções ou isenções", ressalvou a instituição, esclarecendo que "os aumentos respeitam a todos os alunos de formação graduada e aplicam-se em média à UCP".

Voltando à Autónoma, a universidade explica ao JE que a "atualização pretende responder ao esforço financeiro de permanente modernização das estruturas de apoio ao ensino e respetivos equipamentos, assim como a requalificação do corpo docente, seja através da contratação de novos docentes e investigadores muito qualificados, seja através da requalificação salarial de todo o corpo docente e corpo administrativo de apoio".

Apesar de o aumento das taxas, propinas e emolumentos ter sido transversal a todos os cursos e polos, de acordo com a UCP "habitualmente o aumento das propinas não é igual para todas as unidades", dado que "não está sistematizado o incremento por unidade".

A Universidade Católica Portuguesa é a maior instituição de ensino superior não pública em Portugal.

Os números facultados ao JE pela UCP apontam para um total de 12.634 alunos, distribuídos por Lisboa e pelos centros regionais em Braga, Porto e Viseu.