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BCE refuta apostas de subida de taxas

O BCE manteve política inalterada, com Lagarde a refutar as apostas de subida de taxas do mercado. Bolsas em máximos.

Após a Reserva Federal norte-americana (Fed), foi agora a vez do Banco Central Europeu (BCE) se reunir para debater a sua política monetária. Conforme o esperado, esta não sofreu alterações. Aguardando pela reunião de dezembro para realizar uma decisão crucial sobre o término dos estímulos de emergência e o regresso a um cenário de política monetária mais “normal”. A taxa de juro diretora permanece em 0% e a de depósitos em -0,5%.

O banco reiterou o seu compromisso de manter as compras de ativos de emergência (PEPP), ainda que a um ritmo mais lento. O principal destaque acabou até por sair da conferência de imprensa da presidente do BCE, Christine Lagarde, que, quando questionada sobre o “tema do momento” da elevada inflação refutou ativamente as crescentes perspetivas do mercado de que a continuação da subida dos preços resulte num aumento das taxas de juro já no próximo ano, reiterando a opinião de que as pressões inflacionistas irão abrandar até lá (ver texto abaixo para mais informação).

A nível empresarial, encontramo-nos a meio da época de apresentação de resultados, que têm sido amplamente positivos. Em Wall Street, cerca de 40% das empresas já apresentaram as suas contas, sendo que cerca de 80% destas superaram as expetativas de lucros e receitas. A Mastercard reportou lucros melhores do que o esperado pelo quarto trimestre consecutivo, uma vez que a flexibilização das restrições pandémicas conduziu a uma recuperação saudável das despesas entre fronteiras e levantou as despesas domésticas.

As receitas líquidas aumentaram 30% para cinco mil milhões de dólares no trimestre. Já a Comcast viu as suas receitas a subir 18,7% para 30,3 mil milhões de dólares no último trimestre, com os lucros a duplicarem face ao período homólogo de 2,02 para 4,04 mil milhões de dólares. As praças nova iorquinas têm reagido de forma positiva a estes resultados, transacionando próximo de máximos históricos.

Em território europeu, o Stoxx 600 também esta próximo de máximos, mas os resultados empresarias, apesar de positivos, têm sido um pouco mais contidos. Em causa estão os constrangimentos nas cadeias de abastecimentos e a escassez de semicondutores, que condicionaram a atividade de diversas empresas. A Volkswagen reportou lucros operacionais abaixo do esperado para o terceiro trimestre, de 2,8 mil milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 12% face ao registado no período homólogo e aquém dos 2,9 mil milhões de euros esperados, citando a falta de semicondutores como um dos principais fatores. A temática dos semicondutores também afetou a Renault, que afirmou que a queda na sua produção será maior que o anteriormente previsto. A queda de produção este ano deverá ficar perto dos 500 mil veículos, mais do dobro dos 220 mil estimados em setembro. Destaque ainda para a NOS, que foi a operadora vencedora do leilão 5G em Portugal, com um investimento de 165 milhões de euros.

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