ABirmânia (ou Myanmar desde outubro de 2010, recuperando uma designação usada em 1989) parece fazer parte daqueles (numerosos) países que algures no tempo passaram a viver em regime democrático monitorizado. Costumeiro no sudoeste asiático, na América do Sul e na generalidade de África, o regime de democracia monitorizada caracteriza-se por estar implantado em países com forte tradição de poder militar – que em determinada altura decide retirar-se para os quartéis mas reserva para si a qualidade de observador atento do processo político, que pode sempre resultar numa nova intervenção se se der o caso de os civis começarem a descambar. Este paternalismo – que os civis normalmente dispensariam mas de que dificilmente se livram – impõe aos países uma democracia necessariamente deficiente, assustada e incapaz de propor ao povo uma solução com perenidade.