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Aung San Suu Kyi: Trabalhos e paixões de uma antiga Prémio Nobel da Paz

Prisioneira durante mais de 15 anos, volta agora ao lugar que conhece demasiado bem, depois de mais um golpe militar – que por acaso está previsto na Constituição de Myanmar, de tal modo abrangente ela é. O futuro do país está suspenso por um ano, e depois disso ninguém arrisca antecipar o que lá se irá passar.

ABirmânia (ou Myanmar desde outubro de 2010, recuperando uma designação usada em 1989) parece fazer parte daqueles (numerosos) países que algures no tempo passaram a viver em regime democrático monitorizado. Costumeiro no sudoeste asiático, na América do Sul e na generalidade de África, o regime de democracia monitorizada caracteriza-se por estar implantado em países com forte tradição de poder militar – que em determinada altura decide retirar-se para os quartéis mas reserva para si a qualidade de observador atento do processo político, que pode sempre resultar numa nova intervenção se se der o caso de os civis começarem a descambar. Este paternalismo – que os civis normalmente dispensariam mas de que dificilmente se livram – impõe aos países uma democracia necessariamente deficiente, assustada e incapaz de propor ao povo uma solução com perenidade.

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