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APRITEL diz que aumento de custos com exclusão da Huawei é "uma má notícia"

Estudo da EY para a Huawei mostra que a substituição da empresa chinesa na rede de comunicações móveis de quinta geração custaria 1,025 mil milhões de euros, motivando atrasos e tornando os processos mais caros.

Um estudo realizado pela EY para a Huawei mostra que a substituição da empresa chinesa na rede de comunicações móveis de quinta geração (5G) custaria 1,025 mil milhões de euros, motivando atrasos e tornando os processos mais caros. Ao Jornal Económico (JE), a associação do setor considera que "qualquer sobre oneração do setor é uma má noticia para os portugueses”.

O estudo da EY, intitulado "The role of Huawei and its impact in Portuguese society", foi feito num contexto no qual a Deliberação de 2023 da Comissão de Avaliação de Segurança, dentro do Conselho Superior para a Segurança do Ciberespaço, pode levar à exclusão da empresa da infraestrutura 5G em Portugal.

Aponta que a substituição dos equipamentos da Huawei na rede 5G poderia acarretar um custo total superior a mil milhões de euros, incluindo 339 milhões de euros em investimentos de substituição e 193 milhões de euros em investimentos futuros. Isso implicaria um impacto negativo junto dos consumidores, com um aumento estimado de 7% nas tarifas médias.

Acresce que a exclusão da Huawei poderia atrasar a implementação completa da rede 5G em Portugal, resultando em perdas de produtividade que podem alcançar 282 milhões de euros. Isso impediria cidadãos e empresas de aproveitarem plenamente as vantagens desta tecnologia.

O estudo refere, também, que o ecossistema da Huawei em Portugal contribui com aproximadamente 718 milhões de euros por ano para a economia nacional, sendo 197 milhões de euros representando o Valor Acrescentado Bruto (VAB). "O efeito multiplicador da Huawei é significativo, com 2x na produção nacional e 7x no emprego", acrescenta.

 Para a Apritel - Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas, "tudo o que signifique desviar investimento de áreas que não tenham a ver com maior cobertura, qualidade, inovação e segurança das redes vai penalizar o país, colocando Portugal a divergir dos outros países".

"O tema mais relevante no setor das comunicações eletrónicas, quer em Portugal, quer na Europa, é o da sustentabilidade do investimento", refere a associação ao JE, apontando que nos últimos sete anos, o setor investiu 10 mil milhões de euros, tornando Portugal "líder europeu no que refere à cobertura e qualidade das redes fixas e móveis".

"Qualquer sobre oneração do setor é, nesse sentido, uma má noticia para os portugueses", acrescenta.

O estudo da EY considera, também, que a saída da Huawei do mercado português poderia levar a uma maior concentração de fornecedores, reduzindo a concorrência, aumentando os preços e comprometendo a eficiência energética das redes. Esse cenário poderia igualmente prejudicar a capacidade de Portugal de atrair investimento estrangeiro e de se manter competitivo na era digital.

A Huawei está presente em Portugal há duas décadas.