Zohran Mamdani, mayor eleito de Nova York que disputou a eleição em parte com a promessa de enfrentar o presidente Donald Trump, irá reunir-se com o republicano na Casa Branca, esta sexta-feira (21), semanas antes de assumir o cargo, em janeiro.
Trump anunciou a reunião nas redes sociais na noite desta quarta-feira (19), dizendo que Mamdani havia solicitado o encontro e classificando o mayor eleito de “mayor Comunista de Nova York”. Mamdani considera-se um socialista democrático.
O democrata, que criticou duramente as políticas de imigração de Trump e as ameaças de cortes do financiamento federal para a cidade, confirmou a reunião em comunicado. Ele disse numa entrevista à rede MS NOW na noite de quarta-feira que a sua equipa havia entrado em contato para falar com Trump sobre as preocupações dos nova-iorquinos.
“Quero apenas falar claramente com o presidente sobre o que realmente significa defender os nova-iorquinos e sobre a maneira como os nova-iorquinos estão lutando para conseguir viver nesta cidade”, disse Mamdani.
Trump atacou repetidamente o democrata e disse que a sua vitória seria desastrosa para Nova York, cidade em que o republicano nasceu e fez fortuna. Os seus assessores tentaram influenciar a eleição, e Trump apoiou à última hora o principal rival de Mamdani, o ex-governador democrata Andrew Cuomo, que disputou como independente por ter perdido a primária do partido para o socialista.
Em privado, porém, Trump descreveu Mamdani como um político talentoso, chamando-o de esperto e bom comunicador, segundo duas pessoas que discutiram os comentários do presidente sob condição de anonimato.
No domingo, Trump disse que estava aberto a uma reunião. “Queremos ver tudo dar certo para Nova York”, afirmou.
À medida que a posse de Mamdani a 1 de janeiro se aproxima, ele tem falado sobre tentar encontrar pontos em comum com Trump em questões como a redução dos preços dos alimentos. Mamdani concorreu com uma mensagem de acessibilidade à vida na cidade e propostas como o congelamento de aluguer em certos apartamentos, autocarros gratuitos e a criação de cinco supermercados de propriedade municipal.
Mas Mamdani disse que enfrentaria o presidente se ele tentasse prejudicar os nova-iorquinos.
No seu discurso de vitória na noite da eleição, Mamdani pediu a Trump para “aumentar o volume” da televisão ao dizer que o presidente poderia estar assistindo ao discurso e desafiando-o a prestar atenção às suas políticas. Ele prometeu que defenderia imigrantes como ele, que é nascido no Uganda de pais de ascendência indiana e mudou-se para Nova York quando era criança.
“Ouça-me, presidente Trump, quando eu digo isto: para chegar a qualquer um de nós, você terá que passar por todos nós”, disse ele.
O post de Trump nas redes sociais mencionou o nome do meio de Mamdani, Kwame, entre aspas. Mamdani disse que o seu pai escolheu o seu nome do meio em homenagem a Kwame Nkrumah, o primeiro presidente do Gana.
Mais cedo na quarta-feira, Mamdani visitou um memorial da polícia com Jessica Tisch, a comissária da polícia de Nova York, enquanto anunciavam que ela havia concordado em permanecer no seu cargo. Mamdani e Tisch pediram ao presidente que não enviasse a Guarda Nacional à cidade, como fez noutros grandes centros urbanos do país, inclusive a capital, Washington.
Dora Pekec, porta-voz de Mamdani, disse em comunicado que a reunião com Trump era “habitual para uma administração municipal que está a assumir” o cargo.
“O mayor eleito planeia se reunir com o presidente em Washington para discutir segurança pública, segurança econômica e a agenda de acessibilidade pela qual mais de 1 milhão de nova-iorquinos votaram há apenas duas semanas”, disse ela.
Após troca de farpas, Trump reúne-se com Mamdani
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O encontro acontece do novo mayor de Nova Iorque, que toma posse a 1 de janeiro de 2026. Trump reúne com Zohran Mamdani, nesta sexta-feira, na Sala Oval da Casa Branca.