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Agros vai faturar mais de 800 milhões de euros em 2024

Apesar dos indicadores financeiros, o sector debate-se com desafios difíceis. Entre eles, merece destaque o facto de apenas 11% dos produtores ter menos de 34 anos e 60% ter mais de 55.

No final do ano, o grupo Agros “vai ultrapassar os 800 milhões de euros de faturação”, passando assim a barreira que atingiu no final de 2023 – disse Idalino Leão, presidente da Agros, em entrevista ao JE. O crescimento do grupo está assim assegurado – sendo que a sua dimensão vai muito para além da produção de leite: a Agros União de Cooperativas de Produtores de Leite é a empresa-mãe que tem por baixo de si a Agros Comercial, Agros Imobiliária, Carnagri, cevarGado, Lactogal (33,3%), Lusogenes, Mercado Abastecedor do Porto (10,5%), Pec Nordeste, Prodística, Segalab e Ucanorte XXI. As Empresas do Grupo são resultado da necessidade de prover a organização de novas opções estratégicas, atuando de forma direta na cadeia de valor da produção leiteira.

Numa altura em que comemora os 75 anos da sua criação, o grupo Agros responde por uma parte muito substancial (cerca de 40%) “de um sector, o do leite, que representa 9% de todo o valor agrícola, envolve 1.999 milhões de euros de volume de negócios e gera mais de 648 mil empregos diretos e indiretos”, referiu Idalino Leão. E especificou que “o volume de negócios do Grupo Agros, em 2023, foi de 359,3 milhões de euros, enquanto o volume de negócios do grupo mais as cooperativas que compõem a Agros foi de 800 milhões de euros”. São 44 as cooperativas associadas, distribuídas por cinco distritos a norte.

O ecossistema abarca um número elevado de outras profissões, mas vai muito para além disso – e um dos seus principais desafios é promover a mudança geracional do sector, na tentativa de trazer mais jovens para o seu interior. De facto, disse ainda, “60% dos produtores têm mais de 55 anos e só 11% têm menos de 34”. Sendo, por outro lado, um sector que promove a fixação de população fora do espaço ’superlotado’ do litoral português entre Viana do Castelo e Setúbal, o investimento na produção leiteira afigura-se como algo que, no seu entender, deve ser colocado ao nível dos desígnios nacionais. Até porque, e esse é outro dos vetores, na ótica de Idalino Leão, a relevar, o sector tem também uma forte influência positiva no que tem a ver com o clima.

É desse lado que a Agros está a ponderar investir no futuro. O biogás e o biometano (um derivado do primeiro) são áreas às quais vale a pena dar atenção, não só pelo seu contributo para atenuar as alterações climáticas, como também para diminuir desperdício e aumentar a produção energética e de fertilizantes. Para já, é um tema que está em observação – até porque é uma especialidade que carece de conhecimento interno suficiente. É no centro da Europa que se encontram os melhores exemplos nesta área.