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Abanca Portugal. Volume de negócios em Portugal sobe para quase 7 mil milhões de euros no semestre

O volume de negócios de Portugal representa mais de 6% do total do volume de negócios do Abanca no semestre, que foi de 114 mil milhões de euros. O negócio em Portugal mantém uma tendência positiva, superando as metas fixadas, considera o banco galego.

O volume de negócios do Abanca em Portugal subiu para quase 7 mil milhões de euros nos primeiros meses do ano, ou seja mais de 6% do total de volume de negócios do banco espanhol na Península Ibérica.

O Abanca apresentou os seus resultados do semestre em conferência de imprensa na passada sexta-feira, na qual revelou que registou 114 mil milhões de euros em volume de negócios de janeiro a junho deste ano, tendo obtido lucros de 277,5 milhões de euros (mais 164% do que no mesmo período do ano passado).

O Jornal Económico perguntou aos responsáveis do Abanca quanto é que o negócio em Portugal no mesmo período representou nos lucros globais. O Abanca não revelou os lucros relativos a Portugal, mas avançou a percentagem do volume de negócios.

“O volume de negócios de Portugal representou mais de 6% do total do volume de negócios do Abanca. O negócio em Portugal mantém uma tendência positiva, superando as metas fixadas”, respondeu, por escrito, fonte oficial da comunicação so banco.

Em linha com que o aconteceu com o restante sector da banca em Portugal, também a margem financeira do Abanca aumentou substancialmente no período, puxada pela subida das taxa de juro.

“A margem financeira aumentou 37% face ao ano anterior. Além disso, em termos de negócio, superámos tanto o volume de novas operações de crédito previsto para o semestre (mais de 636 milhões de euros em financiamento a particulares e a empresas), como o de depósitos (onde aumentámos o saldo em mais de 357 milhões de euros)”, salientou a mesma fonte.

Quanto à subscrição de produtos fora do balanço também subiram consideravelmente, ou seja “mais de 639,4 milhões de euros no semestre”, tal como a contratação de seguros.

Um assunto em que o Abanca não se quis comprometer foi sobre a eventual compra do Eurobic, banco detido pela filha do ex-presidente angolano Isabel dos Santos, no qual o banco espanhol mostrou estar interessado.

Questionado especificamente sobre esse assunto, fonte oficial do Abanca respondeu que “todas as oportunidades estão em cima da mesa e são sempre estudadas, mas neste momento não temos novidades nem mais detalhes sobre o tema”.

Em fevereiro de 2020, o Abanca chegou a anunciar ter chegado a acordo para comprar 95% das ações do EuroBic, mas meses depois o negócio caiu.

Em maio de 2022, o Jornal Económico escreveu que o Abanca volta à carga, com uma proposta de 210 milhões de euros que Isabel dos Santos e Fernando Teles teriam aceitado. Neste caso, porém , faltava a luz verde da supervisão das autoridades angolanas.

Em 20 de outubro, o JE também noticiou que Isabel dos Santos já tinha autorização da PGR angolana para pagar as dívidas da Finisantoro Holding Limited e Santoro Financial Holding, sociedades através das quais a empresária angolana detém uma participação de 42,5% no EuroBic.

O Jornal de Negócios acrescentou no dia seguinte que o processo de certificação das dívidas – uma condição essencial para que a PGR de Angola viabilizasse a venda do EuroBic ao Abanca – ainda não estava finalizado.

Na conferência de imprensa do Abanca, em Santiago de Compostela, o presidente do banco, Juan Carlos Escotet Rodríguez, destacou ainda que o rácio de capital do banco subiu para 17%.

Escotet Rodríguez salientou “o carácter estratégico do mercado português”, especificando que Portugal representou 43% dos 66 mil novos clientes captados pelo Abanca na Península Ibérica nos primeiros seis meses do ano.

“Este elevado ritmo de captação de novos clientes foi acompanhado por elevados níveis de fidelização e satisfação: o índice de contratação líquida situou-se nos 65 pontos (mais 8 do que em junho de 2022). (…) Os depósitos de clientes cresceram mais de 1.900 milhões de euros só no segundo trimestre e a concessão de crédito aumentou 7,9% em termos homólogos, com destaque para as empresas e as famílias”, indicou o banco na nota que acompanha a divulgação dos resultados.

O banco considera ainda que reforçou a sua estrutura de capital e de solvabilidade, graças às “três emissões bem-sucedidas este ano”.

O rácio de capital total ascende, assim, a 17,90 %, mais 50 pontos base do que em dezembro de 2022 e 1.433 milhões de euros acima das exigências regulamentares. “O banco cumpriu antecipadamente as exigências MREL para 2024”, salienta.

A entidade – que diz ter “um dos perfis financeiros mais sólidos do sector bancário espanhol”, com “elevada solvabilidade” – apresenta agora um rácio de cobertura de NPL (Non Performing Loans, ou crédito malparado) de 79,1%.