Antecipar a vitória numa guerra é sempre um exercício que choca com o barulho das armas, mas, do ponto de vista militar, a guerra na Ucrânia está neste momento num quadro de ‘empate técnico’: a frente não se move de forma visível há vários meses a esta parte, a contra-ofensiva ucraniana não surtiu qualquer efeito consistente e, segundo os analistas, tudo tem agora a ver com capacidade de financiamento. Convencida que estava a investir numa vitória fácil, a Rússia avançou resoluta há dois anos atrás, criando várias frentes de combate e tentando estender um certo a Kiev partindo de três pontos geográficos: o leste (pelo Donbass), o sul (a partir da costa do Mar Negro) e o norte (via Bielorrússia. Mas tudo isso foi há muito tempo: o Kremlin subavaliou a ‘raiva’ (talvez sem aspas) com que os ucranianos investiram sobre a potência ocupante, limitaram os danos a Kiev e rechaçaram o poderoso (ou assim se cria) exército russo, acrescentando algumas escaramuças na Crimeia. Mas tudo isso também foi há muito tempo.