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A arte ensina a ver o que não é óbvio

A artista plástica Fernanda Fragateiro defende que a Arte é resolver problemas, em contraponto à ideia de que a ‘arte não serve para nada’. Nunca pensou dar aulas, mas desafiada a fazê-lo, desbrava o prazer de aprender a ver através do olhar dos seus alunos.

O pesado portão metálico desliza e revela Fernanda Fragateiro junto a uma cortina em tom escuro. Esperamos a qualquer instante que o ‘pano’ suba, como no teatro. Afastado para o lado, revela a luz que inunda o ateliê da artista, num bairro residencial de Lisboa. Ao fundo, uma janela imensa, retangular, acolhe o sol da manhã. No cinema e na fotografia, fala-se em chiaroscuro, mas não houve tempo para pensar nesse bailado entre luz e sombra. O chão e as paredes servem de palco a esculturas, desenhos, obras de pequena e grande dimensão, muitas delas suspensas na superfície branca. “Mesmo as peças mais pequenas, quando são colocadas no espaço, elas estão numa tensão, e, portanto, elas próprias criam o espaço, a relação entre si, mesmo que não seja uma construção arquitetónica dentro de um espaço expositivo, a própria colocação das peças também constrói um espaço. Ou seja, eu uso muito o vazio como espaço de construção”.

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