Aproxima-se um fim de semana prolongado que começa na noite de Halloween, passa pelo Dia de Todos os Santos e pelo Dia de Finados e termina no domingo. Neste período de descanso laboral e escolar, é expectável que muitos portugueses façam férias cá dentro ou até uma escapadinha no estrangeiro.
Porém, quem não marca férias são os cibercriminosos, que estão atentos a estas datas especiais para burlar os turistas nos processos de reservas de hotéis, apartamentos ou aluguer de carros. Segundo o jornal espanhol “El Economista”, existe um novo esquema a crescer na aplicação de marcação de alojamentos Booking que pode ter um impacto negativo nos seus dias de descanso.
Vários utilizadores do Booking reportaram que receberam uma mensagem, alegadamente, do hotel que reservaram a pedir para reconfirmar a reserva. A informação parece real – porque os hackers clonam o site do Booking e colocam fotografias verdadeiras do hotel nessa mensagem – e indica que a reconfirmação inclui o preenchimento de um formulário com os dados pessoais e do cartão bancário.
O email é enviado como se fosse a empresa norte-americana (booking@...) para tentar enganar os consumidores, mas os mais atentos suspeitarão de phishing logo a seguir, no processo de preenchimento desse formulário, quando aparecer um bloco para inserir o valor que pagou pela reserva e, caso se se lembre, surgir no ecrã que "a média é de 300 euros”, explica o jornal de economia.
No Portal da Queixa, um consumidor português adverte para uma fraude que “merece ser investigada”, embora não explicite se é desta natureza. “Fiz uma reserva em Booking.com, paguei e agora o hotel diz que não tem reserva nenhuma e que não tem capacidade para me receber. O Booking empurra a responsabilidade para o hotel e hotel para o booking, sendo que já paguei e agora não sei como reaver o meu dinheiro”, lê-se na denúncia publicada a 25 de outubro.
Apesar de a Booking não ter sido alvo de ataque informático, os cibercriminosos aproveitam-se do bom nome da empresa para burlas. Diversos consumidores em Portugal, conforme constatou o JE, queixaram-se de que receberam proposta de trabalho (supostamente) da Booking para dar likes (gostos) em hotéis na plataforma online e receber dinheiro consoante essas tarefas realizadas, mas nenhum dos valores prometidos lhes é transferido.
A empresa de cibersegurança Kaspersky defende que uma das formas para simplificar o processo da reserva de alojamento durante as férias ou fins de semana prolongados é fazer o download das aplicações móveis dos hotéis “sempre de fontes oficiais”. “Essas aplicações podem ter funcionalidades para acelerar o check-in e fazer pedidos de room service”, refere a tecnológica russa.
“Aconselha-se que se faça uma pequena investigação sobre as diferentes áreas do destino, escolhendo assim um local que atenda às suas necessidades e orçamento. Como forma de reduzir os custos associados, pode optar por um hotel recém-construído e a estrear, onde por vezes oferecem tarifas promocionais para atrair os novos hóspedes e dar a conhecer os seus serviços, ou por hotéis destinados a viagens de negócios que tendem a reduzir os preços aos fins de semana pela diminuição de reservas”, sugere a Kaspersky aos turistas, no guia de viagens seguras 2024.
Contas da Booking tem reserva para esta noite
A Booking Holdings, que negoceia no Nasdaq, irá divulgar os resultados do terceiro trimestre esta quinta-feira à noite a partir das 16h00 (20h00 em Lisboa) assim que Wall Street fechar. Segue-se uma teleconferência com analistas para análise ao relatório financeiro, que tudo indica que será positivo para a empresa.
O consenso dos especialistas da Zacks Investment Research é que a Booking apresente um crescimento robusto nas receitas entre julho e setembro 2024 – para os 7,62 mil milhões de dólares (+3,8%) ou 7,05 mil milhões de euros – e que as reservas brutas (valor pago pelos clientes pelas reservas que fizeram na plataforma) tenham aumentado 4,1%, em termos homólogos, para 41,43 mil milhões de dólares (cerca de 38,33 mil milhões de euros).