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Uma nova fase da guerra em Israel: a rendição

Benjamin Netanyahu exortou os membros do Hamas a entregarem as armas, dizendo que muitos já o fizeram. Entretanto, nos Estados Unidos, Bernie Sanders, um crítico de Israel, está desta vez ao lado de Netanyahu.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse este domingo que dezenas de militantes do Hamas renderam-se às forças de defesa (IDF) nos últimos dias, o que, segundo o próprio , mostra o fracasso do grupo radical na sua luta contra Israel. "Nos últimos dias, dezenas de terroristas do Hamas renderam-se diante das nossas forças. Eles baixam as armas e entregam-se aos nossos bravos combatentes", disse Netanyahu em comunicado em vídeo.

"Vai levar tempo, a guerra ainda está em pleno vigor, mas este é o início do fim do Hamas", acrescentou. "Eu digo aos terroristas do Hamas: acabou. Entreguem-se, não morram por [Yahya] Sinwar”, o atual líder palestiniano do Hamas na Faixa de Gaza, tendo assumido o cargo em fevereiro de 2017.

Numa altura em que, segundo diversas fontes, o número de vítimas civis entre os palestinianos é sem precedentes, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse à televisão CNN que Israel, e não os Estados Unidos, será quem decidirá o momento do fim da guerra contra o Hamas. “Temos essas discussões com Israel, inclusivamente sobre a duração e como está a processar-se a campanha contra o Hamas. Essas são decisões que Israel deve tomar", disse Blinken.

O secretário de Estado disse também acreditar que Israel tem a "intenção" certa quando se trata de minimizar as vítimas civis em Gaza, "mas os resultados nem sempre estão a manifestar-se, e vemos isso tanto em termos de proteção de civis como de assistência humanitária". Blinken desmentia assim – ou pelo menos compunha uma outra narrativa – a eventualidade de o governo de Joe Biden ter insistido com Israel para que precisam encerrar as operações militares tivessem um termo até ao final do ano.

Os Estados Unidos continuam assim ao lado de Israel e a Casa Branca parece estar interessada em ultrapassar alguns dos problemas que enfrenta na frente política interna. O secretário de Estado defendeu a venda de emergência a Israel de munições para tanque. E afirmou que também vai pedir a rápida aprovação pelo Congresso de mais de 100 mil milhões de dólares em ajuda para o Estado hebraico, para a Ucrânia e para outras prioridades de segurança nacional.

Blinken disse que as necessidades das operações militares de Israel em Gaza justificam a rara decisão de contornar o Congresso: "Israel está em combate com o Hamas agora" “e queremos ter a certeza de que Israel tem o que precisa para se defender do Hamas."
As munições de tanques constituem apenas uma pequena parte das vendas militares a Israel, diz Blinken, com o grosso do negócio a continuar sujeito ao apoio do Congresso: "É muito importante que a voz do Congresso seja ouvida", disse.

Talvez para ajudar a convencer os congressistas republicanos – com alguns deles, nomeadamente os mais próximos de Donald Trump, a considerarem que é tempo de os Estados Unidos se concentrarem nos seus próprios problemas de segurança interna e deixarem de financiar guerras que pouco dizem aos norte-americanos.

Talvez para cimentar a posição da Casa Branca, a ala mais à esquerda do partido Democrata, liderada há décadas pelo senador Bernie Sanders, mostrou-se próxima da posição da administração. Sanders, conhecido por ser tradicionalmente um duro crítico de Israel, disse estar convencido que não há possibilidade de haver um cessar-fogo permanente com um grupo como o Hamas. “Não sei como é possível haver um cessar-fogo permanente com o Hamas, que disse antes de 7 de outubro e depois de 7 de outubro que quer destruir Israel e quer uma guerra permanente”, disse Sanders numa entrevista televisiva.

“Não sei como é que se consegue um cessar-fogo permanente com uma atitude como esta… Penso que Israel tem o direito de se defender e de perseguir o Hamas, não o povo palestiniano”, afirmou.