"A no após ano, Matilde voltou à carga. Todos os verões, quando soprava o vento de leste e o calor, esmagador, lhe dava cabo dos nervos, ela lançava aquela ideia da piscina que repugnava o marido. Achava que ele não podia compreender, porque não sabia nadar e tinha medo da água. Tornou-se doce, arrulhadora, suplicou-lhe. Não havia nada de vergonhoso em mostrarem o seu sucesso. Não faziam mal nenhum, tinham todo o direito de aproveitar a vida, logo eles que haviam sacrificado os seus melhores anos à guerra e, depois, à exploração da quinta. Ela queria aquela piscina, queria-a em compensação pelos seus sacrifícios, a sua solidão, a sua juventude perdida.”