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Ulf Kristersson, o 32º passageiro.

Entre o cheiro a papel queimado de mais um exemplar do Alcorão transformado em cinzas numa rua de Estocolmo e as dúvidas que regressam ao seio de um povo que vive acantonado entre três países sem ter um território identificado por fronteiras escritas nos mapas (apesar das costumeiras promessas dos europeus, velhas de um século), Ulf Kristersson transformou-se no 32º passageiro na NATO, que um dos seus novos companheiros, o presidente turco Recep Erdogan tratou como um alien (que na saga era apenas o 8º passageiro) até aqui ‘àtrasado’, questão de dias. A saga – pois que claramente se trata de uma saga – da entrada da Suécia na NATO já está inscrita nos anais da história da aliança atlântica, sendo certo que não será com certeza das mais edificantes. Se algum dia vier a saber-se quais foram as contrapartidas que a Turquia conseguiu resgatar a seu favor (o que é improvável), entre murros na mesa, chantagens, lágrimas e mortificações, teremos então o quadro geral de uma história que basicamente ninguém entende. Os curdos? Fethullah Gülen? A União Europeia? Aparentemente são tudo cortinas de fumo com um intuito qualquer, que escapa à compreensão até dos mais capazes. No meio desta refrega entre Suécia e Turquia, vale a pena estar atento aos Balcãs – não vá acontecer por lá qualquer coisa de menos respeitável.

Entre o cheiro a papel queimado de mais um exemplar do Alcorão transformado em cinzas numa rua de Estocolmo e as dúvidas que regressam ao seio de um povo que vive acantonado entre três países sem ter um território identificado por fronteiras escritas nos mapas (apesar das costumeiras promessas dos europeus, velhas de um século), Ulf Kristersson transformou-se no 32º passageiro na NATO, que um dos seus novos companheiros, o presidente turco Recep Erdogan tratou como um alien (que na saga era apenas o 8º passageiro) até aqui ‘àtrasado’, questão de dias. A saga – pois que claramente se trata de uma saga – da entrada da Suécia na NATO já está inscrita nos anais da história da aliança atlântica, sendo certo que não será com certeza das mais edificantes. Se algum dia vier a saber-se quais foram as contrapartidas que a Turquia conseguiu resgatar a seu favor (o que é improvável), entre murros na mesa, chantagens, lágrimas e mortificações, teremos então o quadro geral de uma história que basicamente ninguém entende. Os curdos? Fethullah Gülen? A União Europeia? Aparentemente são tudo cortinas de fumo com um intuito qualquer, que escapa à compreensão até dos mais capazes. No meio desta refrega entre Suécia e Turquia, vale a pena estar atento aos Balcãs – não vá acontecer por lá qualquer coisa de menos respeitável.

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