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Têxteis: Modtissimo 60+2 à procura dos mercados externos

Os indicadores sobre a produção e as exportações têxteis e da moda não dão indicações totalmente seguras de que o ano possa fechar com crescimento. A maior feira do sector na Península Ibérica é tradicionalmente um barómetro fidedigno sobre o que esperar até ao final do ano.

Num quadro onde as empresas têxteis estão a sentir na tesouraria as consequências da inflação e do aumento dos juros – que potenciaram uma diminuição da procura e a consequente queda das encomendas, o maior e mais antigo certame do sector têxtil e da moda em Portugal – o Modtissimo – regressa esta manhã (e durante dois dias) à Exponor, em Matosinhos.

A Associação Selectiva Moda, que responde pela organização, fez ‘o trabalho de casa’: o certame vai bater recordes de presenças e muito possivelmente de visitantes, segundo avança o CEO da empresa, Manuel Serrão, em entrevista ao JE.

https://jornaleconomico.pt/noticias/modtissimo-sector-textil-mostra-resiliencia-e-inovacao-932681/

Destaque também para mais uma edição do iTechStyle Green Circle, que será o maior de sempre, e o iTechStyle Showcase, em parceria com o CITEVE, duas montras do que de mais inovador consegue produzir a fileira têxtil nacional – com algumas soluções encontradas a fazerem a ponte entre a realidade e a alquimia, sendo cada vez mais procuradas pelas empresas internacionais. A mostra sustentável iTechStyle Green Circle conta nesta edição com a apresentação de 45 coordenados, sendo a mais participada de sempre: ao todo envolve 100 materiais, 52 empresas e cerca de 20 criativos e designers, refere a organização.

Que perspetivas para mais um Modtissimo, o segundo do ano?
As perspetivas são ótimas, até porque temos um recorde de expositores. E pelo registo que temos de inscrições, antecipamos também que haverá um recorde de visitantes: as inscrições online já superaram as últimas edições. As expectativas são altas, embora, como tem dito o presidente da Associação Têxtil e do Vestuário de Portugal (ATP), Mário Jorge Machado, estamos numa fase em que os mercados internacionais estão a passar por uma forte turbulência.

Inflação e taxas de juro conjugadas.
Exato. Para além de os compradores verem o que está exposto pelas várias empresas, temos depois de avaliar como correm os negócios propriamente ditos.

Daí a insistência na internacionalização, que tem marcado as últimas feiras do Modtissimo.
As expectativas que temos é de um fluxo de compradores estrangeiros no mínimo ao nível das últimas edições. Mas isso, a presença, é uma coisa; outra é a disposição para comprarem. Só mesmo no fim do certame é que poderemos ter uma avaliação mais correta do que vai acontecer. Seja como for, as expectativas são boas.

Que dizem as empresas sobre o segundo semestre do ano?
As empresas estão esperançadas que o crescimento que estava a ser registado nos últimos anos seja retomado. Mas também estão apreensivas, porque sabem que a situação dos mercados externos ainda não está desanuviada. Ou seja, mantém-se alguma incerteza – o que obriga a uma atenção especial das próprias organizações. Nomeadamente nos planeamentos das suas produções, porque essas incertezas ainda não dão garantias de recuperação. Há bons indicadores para o segundo semestre, como as próprias empresas têm referido, mas continua a haver uma certa apreensão. O que aliás se manifesta nos últimos números das exportações.

Voltou a haver uma descida.
As exportações portuguesas de têxteis e vestuário caíram em julho passado, 17% em valor, com um valor exportado de 507 milhões de euros, e quase 20% em quantidade, cerca de 37,7 mil toneladas exportadas. Primeiro semestre não foi positivo. A expectativa das empresas é que a partir de agora as coisas possam inverter-se e voltar ao caminho que foi percorrido nos últimos anos. Vamos esperar que o Modtissimo ajude a reforçar os bons indicadores que se vão encontrando.