O projeto ‘Eleanor’ chega esta segunda-feira, 29 de maio, ao mercado sem o empreendimento ‘Cabanas Golf em Oeiras’, cujo contrato de promessa compra e venda já foi assinado e engloba uma área bruta de construção potencial de 80 mil m2, para habitação, turismo e comércio, por um valor que oronda os 35 milhões de euros, apurou o Jornal Económico.
As consultoras imobiliárias JLL, e CBRE, juntamente com o Grupo Novobanco Real Estate vão apresentar o projeto ‘Eleanor’ como “uma oportunidade única para criar uma das maiores plataformas de investimento para promoção imobiliária residencial e turística em Portugal”.
Deste portefólio fazem parte um terreno na zona das Amoreiras, em Lisboa, em frente ao hotel Dom Pedro. O imóvel conta com uma área de 130 mil m2, para onde está previsto o desenvolvimento de habitação, escritórios e retalho. O imóvel é da propriedade do banco desde 2014, depois da execução de dívidas à promotora Temple, do empresário Vasco Pereira Coutinho.
O portefólio inclui também um edifício em Olivais sul; um terreno em Portimão e o projeto turístico em Benagil, no concelho de Lagoa, outrora de Luís Filipe Vieira. O conjunto de ativos que chega agora ao mercado representa um valor de base de cerca de 365 milhões euros, sabe o JE.
De acordo com as consultoras imobiliárias, este projeto representa uma aquisição de “aproximadamente 400 mil m2 e um volume potencial de vendas de dois mil milhões de euros”, num negócio que vai ter uma “forte presença no centro de Lisboa (terreno Amoreiras e Olivais) e zonas prime no Algarve (Lagoa e Portimão), sendo que o seu portefólio compreende atualmente quatro terrenos e todos os projetos se encontram em avançado estado de licenciamento, para diferentes tipos de uso”.
No caso do terreno das Amoreiras existe uma licença de loteamento aprovada, mas devido ao novo traçado do metro de Lisboa, o Novobanco entregou na Câmara Municipal de Lisboa (CML)um pedido de alteração deste loteamento, que aguarda ‘luz verde’ da autarquia.
Em relação ao projeto turístico em Benagil no concelho de Lagoa, conta com mais de 68 mil m2, onde podem ser construídos projetos turísticos ou residenciais, já que foi declarada a capacidade construtiva do terreno. Oloteamento já foi aprovado.
Ainda no Algarve, o portefólio integra um terreno na marina de Portimão com mais de 110 mil m2, onde poderá vir a nascer habitação, turismo e retalho.
Por último, este portefólio inclui um terreno no Parque das Nações, no concelho dos Olivais, de 88 mil m2, que permite o desenvolvimento de um projeto para escritórios, serviços e comércio, mas cujo o licenciamento ainda não se encontra aprovado devido a alegados problemas ambientais relacionados com a contaminação dos solos.
“A grande escala e dimensão desta oportunidade, permite que investidores estabeleçam uma presença com visão de longo prazo no país”, indicam as consultoras. A apresentação do projeto ‘Eleanor’ será feita por Volkert Schmidt, CEO no Grupo Novobanco Real Estate, Nuno Nunes, Head of Capital Markets, CBRE Portugal e Gonçalo Santos, Head of Capital Markets, JLL Portugal, que prometem avançar com dados e números deste projeto.
Portimão e Benagil, os “ossos” do que resta
Fontes do mercado ouvidas pelo Jornal Económico fazem uma leitura mais cética acerca do evento de apresentação marcado para a próxima segunda-feira. Isto porque os ativos à venda não têm todos a mesma atratividade, sublinham. O terreno nas Amoreiras “é o mais interessante do lote, mas tem problemas com o licenciamento”. As entidades promotoras terão iniciado uma nova ronda de diligências para conseguir a licença [após a alteração devido ao novo traçado do metro], mas sem sucesso. Esta dificuldade pode dever-se, em parte, à desconfiança das autoridades municipais face à Lone Star, acionista do Novobanco. No caso de Lisboa, uma aprovação passaria sempre pelo consentimento de partidos de esquerda como o Bloco de Esquerda, que têm a Lone Star como empresa “non grata”.
Os terrenos no Parque das Nações também estão bem cotados, mas os restantes, diz uma fonte do sector ao JE, “são os ossos que ninguém parece querer”.
Ou seja, conclui a mesma fonte, o projeto ‘Eleanor’ – dado a conhecer ao mercado, informalmente, há cerca de um mês – pode estar a gerar menos tração do que o antecipado pelos promotores.