A existência de regras não quer dizer que as pessoas as cumprem. A cultura da ‘cunha’ em Portugal pode sobrepor-se às regras porque há pouca gente que as fiscalize?
Depende das organizações. Organizações com boa governance, fazem isso. Vou dar um exemplo, eu fiz três mandatos na Galp e no último mandato eu era o presidente da comissão de risco e vice presidente da comissão de Auditoria. E nós acompanhávamos atentamente cumprimento das regras de compliance, de performance, de ética, etc. Portanto, a empresas bem organizadas, sobretudo empresas cotadas, fazem isso. Aliás, nós não temos só más notícias no país. Uma boa notícia que nós temos é que nós, do Instituto Português de Corporate Governance, fazemos a avaliação do cumprimento das regras do código de Corporate Governance para as empresas. E nós temos vindo a notar uma melhoria do cumprimento das regras dos códigos. E os códigos tratam disso completamente. Mas isso já está generalizado? Não está ainda, infelizmente. Mas eu sou otimista nesse aspeto. Acho que há um movimento nesse sentido.
“Temos notado melhoria no cumprimento das regras de governance”
Entrevista a Luís Todo Bom: Oprofessor e gestor Luís Todo Bom mostra-se otimista quando ao cumprimento das regras por parte das empresas portuguesas. E distingue entre corrupção séria e os pequenos favores que se pedem e que resultam “da afetividadee cordialidade dos portugueses”. “Nalguns casos isto não é grave”.
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