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“Temos de pensar no solo enquanto «arma» para a paz”

Será banal invocar aqui que o inferno está cheio de boas intenções, mas não é uma frase vã quando se quer demonstrar o contrário. Rattan Lal, professor de Ciência dos Solos, cuja carreira de investigação tem girado em torno da agricultura sustentável e da resiliência climática, advoga que “o solo é o único ‘sistema’ em todo o universo capaz de transformar a morte em vida – se for bem gerido”, afiança ao JE.

Nasceu na Índia, que abandonou na sequência da divisão da então colónia britânica em duas nações distintas. A sua província natal passou a integrar o Paquistão, a metade muçulmana do antigo território. Refugiou-se com a família na nova Índia, de maioria hindu e sikh, e terminados os estudos em ciência agrícolas em Nova Deli, doutorou-se na Universidade do Ohio, nos EUA. Aos 79 anos, o seu olhar brilha quando fala na importância de conservar os solos. A voz suave e quase sussurrante do mais citado académico na área da agronomia em 2024, em nada suaviza as suas convicções e visão do mundo. Galardoado com alguns dos mais prestigiados prémios mundiais do setor, como o World Food Prize em 2020, o Japan Prize em 2019 ou o Plant Science and Agronomy Leader Award em 2024, Rattan Lal conversou com o JE na véspera do anúncio do Prémio Gulbenkian para a Humanidade de 2024, que partilhou com dois projetos pioneiros da agricultura sustentável.

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