Esta semana, o rendimento do tesouro norte-americano a 10 anos alcançou os 4,87%, o valor mais elevado desde julho de 2007. Também as taxas de juro reais, dadas pelos rendimentos das obrigações do tesouro protegidas contra a inflação (TIPS), têm acompanhado a subida dos rendimentos do tesouro, justificada pela reavaliação em alta dos rendimentos reais, e não por qualquer aumento nas expectativas de inflação. Este recente aumento dos rendimentos do tesouro norte-americano teve início em 28 de julho, impulsionado pela revisão do Banco do Japão (BoJ), no controle da sua curva de rendimentos, da sua banda de flutuação para +1%/-1% (anterior +0,50%/-0,50%). A esta postura mais flexível do BoJ seguiu-se a descida da notação de crédito soberano dos EUA pela Fitch no dia 1 de agosto, colocando mais ênfase nos défices orçamentais do governo e na oferta de obrigações soberanas norte-americanas (o défice orçamental dos EUA em 2023 deverá ser de dois biliões de dólares, um saldo negativo à volta de 7,5%). Sendo a última grande agência de rating global a manter ainda a classificação de Aaa, na semana passada a Moody’s ameaçou retirar a classificação de crédito máxima dos EUA, triplo A, no seguimento da quase paralisação das instituições públicas nos EUA no início do novo ano fiscal norte-americano no dia 1 de outubro.