O ministro das Finanças vai deixar para o próximo governo, que saia das eleições de 17 de fevereiro, a escolha do ou da sucessora de Cristina Casalinho à frente do IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, apurou o Jornal Económico junto de fonte próxima do processo.
O Governo considerou e já tinha selecionado vários perfis de sucessores para a economista – cujo mandato à frente do IGCP terminou em setembro – mas a crise política que resultou do “chumbo” do OE para 2022 levou João Leão a decidir deixar o processo para, pelo menos, março.
Em julho, o Jornal Económico avançou que era pouco provável que João Leão reconduzisse Cristina Casalinho para novo mandato. Aantiga economista-chefe do BPIestava na administração da agência que gere a dívida pública desde 2012, no tempo do governo PSD-CDS/PP.
Cristina Casalinho acabaria por assumir a presidência do IGCP em 2014, altura em foi nomeada pelo executivo de Pedro Passos Coelho, com Maria Luís Albuquerque como ministra das Finanças. Substituiu João Moreira Rato. O seu mandato terminou em 2016, mas o novo governo, do PSde António Costa não a renomeou logo. Casalinho permaneceu desde então em funções, tendo sido reconduzida oficialmente para o seu segundo mandato apenas no início de 2019.
Também em julho, o Jornal Económico avançou que a não recondução de Cristina Casalinho no IGCP deixava o caminho aberto para que a economista pudesse integrar a administração do Banco de Portugal, “para o lugar ‘feminino’ que está vago desde que Elisa Ferreira foi para a Comissão Europeia”.
Cristina Casalinho tem vindo a gerir desde 2014 uma dívida da República Portuguesa que atualmente ascende a mais de 270,5 mil milhões de euros.