Depois do bear market do final de 2018 poucos teriam acreditado que os três principais índices da bolsa de Nova Iorque iriam disparar mais de 20% em 2019. Mas num ano marcado pelas incertezas com várias caras – a guerra comercial, o Brexit, a consolidação do populismo e a ameaça de uma recessão económica –, os índices não apenas resistiram aos desabafos de Donald Trump no Twitter, como prosperaram. Depois do bear market do final de 2018 poucos teriam acreditado que os três principais índices da bolsa de Nova Iorque iriam disparar mais de 20% em 2019. Mas num ano marcado pelas incertezas com várias caras – a guerra comercial, o Brexit, a consolidação do populismo e a ameaça de uma recessão económica –, os índices não apenas resistiram aos desabafos de Donald Trump no Twitter, como prosperaram. Para os investidores, não houve muitas alternativas de investimento numa altura em que as rentabilidades das obrigações soberanas estão em mínimos históricos, em resultado das economias desenvolvidas estarem a lutar para impulsionar a inflação e com os bancos centrais a implementarem medidas expansionistas, forçando-os a procurem ganhos em ativos mais arriscados. O ‘industrial’ Dow Jones subiu 22,34%, o tecnológico Nasdaq acumulou ganhos de 35,23% e o mais alargado S&P 500 cresceu 28,88%. O ano novo que começou na quarta-feira, não deverá trazer exatamente uma vida nova para os investidores, é mais o caso de continuação, mas a um ritmo menor. “Neste contexto, o principal problema continua a ser a identificação de ativos que ofereçam rentabilidades decentes sem a necessidade de assumir riscos indecentes”, explica o Bankinter no outlook “Estratégia de Investimento 1º trimestre 2020”. “E aí é onde voltam a entrar em jogo as bolsas”, reforça. O banco espanhol aponta para “potenciais ganhos de aproximadamente 15% do S&P 500”, em linha com os outlooks elaborados por especialistas e consultados pelo Jornal Económico, que apontam para um crescimento das equities na ordem dos dois dígitos, próximo da média histórica, mas abaixo do registado no ano passado. A gestora de ativos Natixis Investment Managers também aponta para um crescimento mais modesto do S&P 500 em 2020 na casa dos 4% a 6%, “no entanto, com a baixa rentabilidade das obrigações soberanas e os bancos centrais e modo ‘pausa’, antecipamos que a constante compra de ações vai manter os múltiplos relativamente estáveis”. O Credit Suisse antecipa um desempenho positivo das ações norte-americanas devido “ao superior crescimento económico e peso substancial do setor das tecnologias de informação”. No entanto, o banco suiço alerta que “o seu potencial é limitado pela crescente pressão nas margens devido à subida dos salários, os efeitos dos cortes de impostos em declínio, uma Fed menos acomodatícia e, posisvelmente, a incerteza em torno da eleição presidencial”. A 3 de novembro de 2020 vai dar-se o “evento político do ano”, com a eleição para a presidência dos Estados Unidos, segundo o banco de investimento JP Morgan.“É difícil dizer algo de concreto sobre o impacto provável da eleição nos mercados”, reconhece o banco. “Historicamente a volatilidade do S&P 500 tem sido tipicamente maior em anos de eleições, com os mercados reavaliar a probabilidade das políticas da futura administração”. Para a Fidelity International, gestora de ativos, “o grande risco para os investidores em 2020 é a nomeação de Elizabeth Warren”, membro da ala mais à esquerda do Partido Democrata.