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Sementes de violência

O atentado de que Donald Trump, candidato republicano às presidenciais norte-americanas, foi alvo veio recordar o que estava aparentemente esquecido, convenientemente atirado para os fundilhos dos livros de história ou era simplesmente desconhecido: os Estados Unidos são um país profundamente violento. A incrível disseminação de armas pessoais, o histórico de mortes e atentados com motivações políticas e a agressividade confessada da agenda externa do país, não dão margem para que disso se duvide.

Dizem os sábios que o coletivo americano se formou no espírito de fronteira, uma mistura de empreendedorismo mais ou menos suicidário, vontade de enriquecimento rápido e coragem um pouco desmiolada, que resultou na criação de um país imenso, com fronteiras porosas determinadas pelo livre arbítrio da vontade individual, e no extermínio das populações autóctones. Foi desse espírito que nasceu a vontade de independência e a primeira revolução do Ocidente – que impediu os ingleses de continuarem a aventura nas Américas e ofereceu aos franceses um exercício preliminar para a sua própria revolução, uns poucos anos mais tarde. Marie-Joseph Paul Yves Roch Gilbert du Motier, mais conhecido por Marquês de La Fayette, foi o “herói das duas guerras” que se dedicou a aprender de um lado para ensinar do outro.

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