Portugal voltou a ser atingido por violentos incêndios. No espaço de poucos dias, arderam milhares de hectares, provocando vítimas mortais e feridos, além de terem destruído dezenas de casas e um sem número de carros. Os custos materiais ainda estão a ser calculados pelas seguradoras que acionaram de imediato mecanismos de emergência, nomeadamente através do envio de peritos para o local e da criação de linhas telefónicas exclusivas para receberem participações referentes a este evento, numa tentativa de prestar uma ajuda célere aos clientes afetados pelos fogos que continuam ativos em várias regiões do país.
As regiões norte e centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, estão a ser afetadas desde domingo pelos incêndios que já tiraram a vida a, pelo menos, sete pessoas e provocaram cerca de 120 feridos, 10 com gravidade, obrigando ao corte de várias estradas e autoestradas. Uma situação que está a ser acompanhada de perto pelo sector segurador.
“O Grupo Ageas Portugal está a acompanhar de perto a evolução da situação dos incêndios que se estão a registar em Portugal”, afirma fonte oficial ao Jornal Económico, tendo enviado peritos para os locais afetados para “avaliar a existência de potenciais clientes afetados”. Além disso, criou uma linha telefónica dedicada que permite a abertura do processo de forma simplificada e marcação de peritagem, contando ainda com uma “equipa de gestão de sinistros dedicada ao acompanhamento deste evento”.
“Temos equipas de peritagem no local para tentar que a avaliação dos danos nos seus clientes da forma mais rápida possível”, refere fonte oficial da Fidelidade que, no âmbito do plano de apoio e de emergência que acionou para apoiar os clientes, enviou para as zonas afetadas uma “viatura posto móvel emergência, com um supervisor da GEP, empresa de peritagens do Grupo Fidelidade, que poderá prestar apoio e esclarecer as questões”.
Já a Generali Tranquilidade diz estar, “desde o primeiro momento, em contacto com os nossos agentes e parceiros no terreno, para que possamos apoiar e dar a melhor resposta às necessidades dos nossos clientes na resolução dos sinistros, no menor timing possível”, recomendando que as participações dos danos sejam feitas online, tendo, em alternativa, uma linha telefónica. “A abertura de linhas de emergência para participação de sinistros” e a “alocação de equipa de gestão de sinistros especializada” foram também medidas adotadas pela Allianz, prometendo ajustar as “medidas necessárias no sentido de responder da melhor forma e o mais breve possível”.
Calcular custos ainda é prematuro
Com estas medidas, o objetivo do sector é prestar rapidamente apoio aqueles que foram afetados por estes incêndios que já provocaram inúmeras perdas materiais, mas também humanas. Numa altura em que ainda há fogos ativos, as seguradoras dizem que é cedo para calcular custos. “Nesta fase ainda é prematuro qualquer tipo de avaliação global de danos”, refere a Fidelidade, enquanto a Generali Tranquilidade diz que estar a “reunir informações e a apurar todas as situações, pelo que é prematuro estar já a avançar com dados e custos”.
“Neste momento, podemos afirmar que ainda temos um volume reduzido de participações, uma vez que, infelizmente, os incêndios ainda estão ativos”, nota, por outro lado, a Ageas. A seguradora espera, contudo, que “nos próximos dias venhamos a receber mais participações à medida que os incêndios vão sendo extintos”. Estão agora em curso mais de 40 incêndios, mobilizando milhares de operacionais, numa altura em que já arderam, desde domingo, mais de 100 mil hectares em Portugal continental.
A perspetiva não é favorável para os próximos dias. A Proteção Civil afirmou esta quarta-feira que as próximas 24 horas vão ser “muito complexas e difíceis” para os operacionais e populações afetadas pelos incêndios e não espera que a situação acalme nas próximas 48 horas. O que é expectável, frisou, “é que possam surgir janelas de oportunidade para poder começar a reverter a situação”.