Acabou-se a fase dos juros altos, os resultados dos bancos já começaram a cair.
A comparação decorre de uma alteração profunda da taxa de juro, que nos levou a uma posição talvez irrepetível. Mas eu diria que a fórmula que temos continuará a ser aplicada: grande foco nos clientes, não só em aumentar o seu número, mas também em vincular e fidelizar. Ou seja, continuar a trabalhar a nossa base existente. O caminho tem sido impressionante do ponto de vista de evolução. Desde que o Pedro [Castro e Almeida] chegou, esse tem sido o nosso mantra.
Os acionistas esperam sempre que os resultados se mantenham ou está convencida que se vão habituar a resultados inferiores?
Os acionistas também fazem alguma contextualização, embora seja importante dizer que temos ganho clientes. Só ano passado captámos mais de 200 mil. Os nossos números… os nossos indicadores são bastante bons.
O Santander tem conseguido um aumento expressivo na produção de crédito, hoje está numa posição de liderança. Admitem reduzir margem para conseguir mais escala?
É uma combinação de muitas coisas, o preço é uma delas, mas eu diria que não é a mais importante. Se estivermos a falar de diferenças abissais, claro que o spread é importantíssimo.
O que são diferenças abissais?
Muitas vezes as pessoas pensam mais no valor da prestação e não no spread. Uma das funções que desempenhei antes de entrar no board foi a de ser a responsável pela área digital. Foi aí que criámos aquela que foi a primeira tribo digital focada na habitação. Nessa altura tive a oportunidade de entrevistar muitos clientes, muitos mesmo. Nossos, mais ou menos prósperos e até clientes que não nos escolheram como banco.
“Santander só tem uma estratégia: crescimento orgânico”
Administradora executiva do Santander, é responsável pela área comercial que gere particulares e pequenos negócios. Liderou a transformação digital em Portugal e nos outros mercados europeus.
