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Risco de pântano pós-autárquicas só existe à direita e à esquerda do PS

Vitória dos socialistas, que governam mais câmaras do que os outros partidos juntos, está assegurada. Maiores problemas terão os líderes do PSD, CDS-PP e PCP caso o PS mantenha ou acentue a hegemonia.

Vinte anos após as eleições autárquicas em que um primeiro-ministro socialista a meio da segunda legislatura sem maioria absoluta na Assembleia da República se demitiu para “evitar o pântano político”, a única coisa que se pode repetir neste domingo será a derrota de Manuel Machado. As sondagens indicam que o veterano autarca do PS se arrisca a ficar atrás do ex-bastonário da Ordem dos Médicos José Manuel Silva, independente apoiado pelo PSD e CDS-PP, impedindo um novo terceiro mandato consecutivo à frente da Câmara de Coimbra. Em 2001, então em busca do quarto mandato consecutivo, Machado viu Carlos Encarnação tomar-lhe o lugar no meio de uma vaga de vitórias do centro-direita nas principais autarquias portuguesas.
Terminam aqui as semelhanças entre a situação vivida por António Guterres em 2001 e aquela que AntónioCosta tem pela frente em 2021. Não só está fora de questão perder as maiores autarquias socialistas - tudo indica que Fernando Medina tem vantagem confortável sobre Carlos Moedas em Lisboa, ainda que volte a não ter maioria absoluta, enquanto Basilio Horta e Eduardo Vítor Rodrigues tenderão a reforçar a hegemonia em Sintra e Vila Nova de Gaia - como o enorme avanço em número de presidências de câmara (o PS obteve 161 em 2017, contra 98 do PSD, sozinho ou coligado com oCDS-PP e outros partidos) confere uma margem de vitória clara mesmo que do outro lado do espetro político haja alguma recuperação.

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