A Comissão Europeia quer implementar mudanças no comércio eletrónico, em particular nos produtos de baixo custo, e uma das medidas passa por colocar tarifas alfandegárias sobre os produtos de retalhistas digitais chineses.
Que empresas digitais chinesas estão no radar de Bruxelas?
A Shein, a Temu e a AliExpress estão entre as plataformas visadas pela Comissão Europeia. O "Financial Times" indica que estas retalhistas digitais têm aproveitado a isenção aplicada por Bruxelas neste tipo de comércio eletrónico, beneficiando ainda de custos de envio subsidiados, tornando assim rentável o envio de produtos baratos. O jornal britânico informa que 2,3 biliões de produtos beneficiaram da isenção de imposto à União Europeia (UE) em 2023.
Qual a estratégia que a Comissão Europeia pretende adotar?
Segundo, o "Financial Times", e de modo a conter o aumento significativo de exportações provenientes da China, consideradas pela Comissão Europeia de qualidade inferior, o bloco europeu vai sugerir eliminar o atual limite de 150 euros, valor sobre o qual os produtos podem ser importados sem taxas. De recordar que nas últimas semanas Bruxelas propôs impor tarifas extraordinárias à importação de automóveis elétricos chineses, uma medida que vai avançar este mês.
Quais as consequências que esta medida pode trazer?
A Comissão Europeia está a finalizar o plano para acrescentar um imposto adicional até 25% à já existente taxa de 10% sobre as importações dos elétricos chineses. Este agravamento, caso avance na medida proposta, representa um forte golpe para as fabricantes chinesas, que têm ganho posição na Europa, sendo que vários economistas já alertaram para os riscos que uma guerra comercial entre a UE e China representa para o bloco europeu e o seu crescimento económico.
Qual a postura adotada pelas empresas?
Apesar de não estar sob o escrutínio da Comissão Europeia, a Amazon olha para a Temu e a Shein como principais concorrentes no mercado do e-commerce, dado os preços competitivos que as duas empresas apresentam e que estão a levar a gigante norte-americana Amazon a inovar e adaptar as suas estratégias para manter a liderança neste segmento do mercado.
Assim, e de acordo com a "Bloomberg", a Amazon pondera criar uma loja online com roupas e artigos para a casa a preços mais baixos, possibilitando que esses produtos sejam enviados diretamente da China para os consumidores, tentando deste modo reduzir os custos de logística, bem como o preço para o cliente final, numa estratégia semelhante à da retalhista Temu.