Parece cada vez mais claro que, na Rússia, uma coisa é o governo outra é o presidente. De facto, o partido de Vladimir Putin, o Rússia Unida, nunca conseguiu atingir votações com a dimensão que Putin consegue quando a pergunta é: quem querem os russos para presidente? Nas eleições do passado fim-de-semana sucedeu mais uma vez esta distinção: o Rússia Unida venceu com mais de 45%, mas não atingiu os resultados das eleições anteriores, de 2016, quando obteve 54% dos votos. Uma descida que alguns analistas tendem a considerar uma derrota de Vladimir Putin.
Há, contudo, que recordar que Putin foi reeleito em março de 2018 com 79% dos votos. Mais ainda, o referendo constitucional da Federação Russa, uma votação popular ocorrida de 25 de junho a 1 de julho de 2020 e que perguntava aos russos se estavam de acordo com as alterações constitucionais proposta por Putin, foi favoravelmente votado por mais de 78,5% da população – para uma abstenção que rondou os 30%. O que de mais importante estava em causa era a extensão da possibilidade de Vladimir Putin se eternizar no poder até 2036. Para já!
Regime de Vladimir Putin vacila com os resultados eleitorais mas continua longe de cair
Dificuldade do governo será fazer chegar dinheiro aos bolsos dos russos: alicerces da economia parecem robustos, mas a população abaixo do limite da pobreza já ultrapassou os 12%.
