Depois do desastre que constituiu a retirada norte-americana do Afeganistão – ao final de duas décadas só conseguiu mudar a geração dos mesmos talibãs que em 2001 se encontravam no poder – e da humilhação que foi a precipitação com que as suas forças foram dali escorraçadas, o presidente dos Estados Unidos só tinha uma saída: encontrar um tema que fosse capaz de gerar consenso nacional. Mas principalmente pacificação: depois de 31 de agosto, dia em que o último avião norte-americano descolou do aeroporto de Cabul, a política caseira de Biden não lhe trazia mais que fortes dores de cabeça: os republicanos não deram tréguas em relação à saída do Afeganistão – nem ao facto de precioso material de guerra ter sido deixado à mercê de tão perigosas mãos alheias – e alinharam na observação de que a atuação não podia ter sido mais desastrosa, limpando assim o nome do seu antecessor, Donald Trump.