A um mês do arranque da presidência francesa do Conselho da União Europeia, Olivier Dussopt, ministro delegado responsável pelas Contas Públicas de França, veio a Lisboa esta quinta e sexta-feira para reunir com o ministro das Finanças português, João Leão, o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, e a Directora-Geral da Autoridade Tributária, Helena Borges. Na agenda estão as prioridades da presidência francesa para o próximo semestre, mas também o reforço da cooperação entre Portugal e França, pelo que irá também encontrar-se com fintech e com representantes dos meios económicos. Em entrevista ao Jornal Económico, o governante francês defende regras orçamentais europeias mais flexíveis, que permitam responder a crises como a atual, argumentando que o limite de 60% do PIB para as dívidas públicas dos estados membros já não é válido, mas que diz França vai garantir um início de debate aberto. Acredita que o pico inflacionista irá durar pelo menos até ao fim de 2022. Porém, admite não “ter a certeza absoluta do que vai acontecer nos próximos meses”.
“Queria ter a certeza que receios da inflação são exagerados, mas ninguém sabe”
Ministro francês elogia ação do BCE, mas admite dúvidas sobre se o aumento da inflação é transitório. Defende a flexibilidade das regras orçamentais europeias, contudo, garante que a presidência francesa do Conselho da União Europeia não quer condicionar o debate.
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