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PMI de agosto confirmam abrandamento significativo na zona euro

O índice composto para a zona euro foi revisto em baixa em relação à estimativa inicial, com fraquezas transversais às principais economias do bloco e aos seus diversos sectores, incluindo os serviços. Quebra da atividade renova dores de cabeça do BCE, que reúne para a semana.

As leituras finais dos índices de gestores de compras (PMI) de agosto confirmam o abrandamento da atividade na zona euro, apontando para uma quebra ainda mais intensa depois da revisão em baixa em relação à estimativa inicial. A indústria continua em terreno de contração clara, ao passo que os serviços entraram na mesma situação no mês em análise, pintando um cenário cada vez mais negativo para a segunda metade do ano.

O PMI composto da zona euro para agosto foi de 46,7, o valor mais baixo em 33 meses e uma revisão em baixa em relação aos 47,0 inicialmente reportados e a que apontavam as expectativas do mercado. A indústria até melhorou em relação a julho, mas continua a indicar um abrandamento notório da atividade, ao ficar em 43,4. Do lado dos serviços, o subindicador caiu de 50,9 em julho para 47,9, ainda pior do que a estimativa inicial de 48,3.

Recorde-se que estes índices são normalizados para 50, pelo que valores abaixo deste limiar apontam para uma retração da atividade, enquanto os superiores a 50 indicam uma expansão.

Olhando por país, as maiores dificuldades verificam-se nas economias mais centrais da zona euro. A Alemanha continua a desiludir e a pesar nas perspetivas do bloco, verificando um PMI composto de 44,6 (revisto em baixa em relação aos 44,7 da estimativa rápida) e estando em linha para um recuo até 0,5% do PIB no terceiro trimestre, projeta a Pantheon Macro.

França também renovou mínimos de 33 meses no seu índice, caindo para 46,0, uma revisão em baixa de 0,6 pontos em relação à leitura estimada do início do mês. Já Espanha e Itália também verificam PMI abaixo de 50, mas menos negativos do que as duas principais economias do bloco, com 48,6 e 48,2, respetivamente. Ainda assim, em ambos os casos o sector dos serviços passou a registar perspetivas negativas, contrariando o que se vinha registando até agora.

Torna-se cada vez mais difícil projetar uma performance económica europeia no terceiro trimestre que não passe por crescimento negativo, dados estes números. Com as quatro maiores economias do bloco em linha para verificar uma recuo em cadeia do PIB (a exceção pode ser Espanha, que não deve, no entanto, conseguir registar algo que melhor que uma estagnação), a probabilidade de a zona euro evitar este cenário é cada vez mais reduzida.

Os dados definitivos do PIB da zona euro no segundo trimestre serão conhecidos esta quinta-feira, depois de a leitura rápida ter apontado para 0,3% de avanço em cadeia. Apesar destes números animadores, a situação deteriorou-se consideravelmente desde então, com a inflação a voltar a dar sinais de persistência e a renovar as dores de cabeça do Banco Central Europeu (BCE), que reúne na próxima semana.

A juntar a isto, o abrandamento na China castiga o comércio internacional europeu, onde os problemas na procura interna têm frequentemente sido compensados pela componente externa. As preocupações com uma recessão voltam a adensar-se, com a possibilidade de um período de estagflação também em cima da mesa.