O Plano de Recuperação e Resiliência europeu (PRR) terá que ser refinanciado e deveria fazer parte do orçamento permanente de Bruxelas, defendeu Pedro Passos Coelho em breves declarações ao JE, esta quinta-feira, à saída da conferência “União Europeia: que futuro”, que teve lugar na Universidade Lusíada em Lisboa. O refinanciamento do PRR, que depois da reprogramação vai representar um pacote financeiro de 22,2 mil milhões de euros para o Governo português executar até 2026 (1800 mil milhões de euros é o valor total do pacote a nível europeu), foi a ideia-chave da intervenção do ex-governante neste colóquio. Defendendo que a união económica e monetária “não tem ainda uma função fiscal centralizada com propriedade e absorção de choques económicos”, Passos Coelho referiu que “à velha maneira de Bruxelas vai-se conseguindo oferecer uns rebuçados”. Sobre o PRR, o ex-primeiro-ministro considera que este instrumento “estaria melhor classificado como uma espécie de duplicação dos fundos numa perspetiva de quadro financeiro plurianual do que numa função estabilizadora”. Passos Coelho sublinhou que este não é um instrumento anti-cíclico mas sim algo que está ao serviço dos objetivos da UE e sendo assim, “deveria fazer parte do seu orçamento permanente”.