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Paulo Fernandes: o poderoso dos media com fortuna condensada

Nasceu em Águeda e sempre se focou nos negócios. Paulo Fernandes foi um dos fundadores da Cofina SGPS, é o homem-forte da Altri e tem uma das maiores fortunas de Portugal.

Nasceu Paulo Jorge dos Santos Fernandes, mas é conhecido no meio empresarial simplesmente por Paulo Fernandes. Além de empresário, abre a contagem decrescente que o Jornal Económico vai fazer à lista dos 50 milionários de Portugal elaborada pela Forbes Portugal referente ao ano de 2024.

Paulo Fernandes é um dos fundadores da Cofina, sociedade que deu origem à papeleira Altri e também ao grupo de comunicação social que detém títulos como Correio da Manhã e Jornal de Negócios, atualmente denominado de Medialivre.

Licenciou-se em Engenharia Eletrónica pela Universidade do Porto e mais tarde concluiu um MBA na Universidade de Lisboa.

Apesar de ser um dos grandes empresários nacionais e de ter várias empresas cotadas na bolsa de Lisboa, pouco se sabe sobre Paulo Fernandes e o gestor é também muito contido nas raras vezes em que aparece publicamente. Sabe-se que nasceu em Águeda, enquanto decorria o ano de 1958 e que foi presidente da Assembleia-Geral da Associação Industrial de Água entre 1989 e 1990.

É por conta do seu percurso no mundo dos negócios que a Forbes Portugal colocou o gestor Paulo Fernandes, também conhecido como homem-forte da Altri, no último lugar da lista dos 50 milionários. Isto também porque o empresário somava, em 2024, um património avaliado em 310 milhões de euros.

O que faz Paulo Fernandes nos negócios?

Atualmente, Paulo Fernandes desempenha as funções de vice-presidente não executivo da produtora de pasta de papel, a Altri, é presidente da empresa Cofina, CEO da Actium Capital, administrador da Ramada Investimentos e acionista da Medialivre.

Está ativamente envolvido na gestão da Cofina SGPS enquanto presidente do conselho de administração depois de ter ajudado a fundar a empresa em 1990 como holding diversificada. Na altura, a sociedade concentrava participações em diversos negócios e em 2005 realizou-se o spin-off das participações fora do sector de media, nomeadamente da Altri, ficando a Cofina, exclusivamente, com os ativos de imprensa, então Cofina Media.

A aquisição da holding dos media, a Investec, deu-se em 1999 e no ano seguinte a empresa comprava o Correio da Manhã. A compra da TV Guia viria em 2002 e o lançamento da revista Sábado em 2004. O canal CMTV seria então lançado em 2013.

Até à OPA da KKR sobre a Greenvolt, Paulo Fernandes era o segundo maior acionista da energética focada nas renováveis. No final de dezembro de 2023 vendeu 779 mil ações da Greenvolt abaixo do preço da OPA, encaixou 6,4 milhões de euros nas suas contas privadas e ficou com 11% do capital social e direitos de voto. Em 2024, a KKR concluiu a compra da totalidade da empresa liderada por João Manso Neto.

Em 2019 tentou comprar a Media Capital, grupo detentor da TVI, o que gerou críticas de concorrentes no mercado dos media. A aquisição viria a falhar, em março de 2020, por a Cofina não ter conseguido o aumento de capital necessário para financiar o negócio, indicando posteriormente que a compra da Media Capital não foi bem-sucedida devido às “condições de mercado”, em plena crise das bolsas devido à incerteza dos efeitos da crise provocada pela Covid-19.

Já em novembro de 2023, a Cofina Media foi vendida a um grupo de gestores e quadros do grupo, ao futebolista Cristiano Ronaldo e a alguns acionistas da Cofina, que decidiram manter as participações no grupo de media, entre os quais Paulo Fernandes, Domingos Vieira de Matos e João Borges de Oliveira. Deu-se então as condições para um Management Buy Out (MBO) ao qual se juntaram outros investidores.

A Medialivre viria a nascer no mês seguinte, mantendo títulos como CMTV, Correio da Manhã, Jornal de Negócios, Sábado, Record, Máxima, Flash, TV Guia, Must, Destak e Aquela Máquina. A compra foi fechada por 56,8 milhões de euros, e sabe-se que Paulo Fernandes detém 10% através da Actium Capital.