Dois países, ou os eleitores por eles, optaram por seguir a extrema-direita: a longínqua Argentina e os Países Baixos. Cujos eleitores votaram esta semana maioritariamente no PVV, a formação do partido do extremista Geert Wilders. O que tem motivado os analistas é a dimensão da vitória de Wilders. A vitória do PVV foi muito para além do que as sondagens previam e quase multiplica por dois o número de lugares que conquistou no Parlamento nas últimas eleições: eram 20, desta vez serão pelo menos 35. Mais importante ainda, e segundo a imprensa local, é a primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial que o maior partido dos Países Baixos não é de uma das famílias sistematicamente maioritárias: o centro-direita ou o centro-esquerda. Mas, ao contrário do que vai sendo dito no caso de outros países europeus, Wilders não terá ido buscar eleitores aos descontentes de outras formações, mas conseguiu convencer ‘abstencionistas empedernidos’ das vantagens de, desta vez, não ficarem em casa. De facto, as abstenções foram particularmente diminutas, com o número de eleitores ativos a aproximar-se da fasquia dos 70%.