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OCDE. Apenas a Colômbia carrega mais nos impostos sobre as empresas que Portugal

Portugal na cauda da tabela de competividade fiscal da OCDE. É o segundo pior nos impostos sobre empresas. Noutros segmentos, surge sempre na segunda metade da tabela.

Portugal está na cauda da tabela em termos de competitividade fiscal entre os 38 países da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE).

No índice de competitividade fiscal de 2023, Portugal surge na 34ª posição a apenas quatro posições da última classificada, a Colômbia. E subiu uma posição na tabela entre 2022 e 2023.

O país conta com uma pontuação de 52,1 pontos, deixando para trás apenas a já referida Colômbia, Itália, França e Chile.

Nos diversos segmentos analisados, Portugal pontua pior nos impostos sobre as empresas ficando na penúltima posição, apenas à frente da Colômbia, com a Letónia no primeiro lugar.

Em Portugal, a taxa média sobre as empresas ascende aos 31,5%, contra a média da OCDE de 23,6%.

"Houve melhorias nos impostos sobre as empresas em Portugal", começa por dizer numa análise o think tank norte-americano Tax Foundation.

"Antes de 2023, as empresas podiam deduzir prejuízos fiscais até 70% do rendimento tributável por até 12 anos. Portugal permite agora transferências ilimitadas de até 65% do rendimento tributável", pode-se ler.

O organismo também destaca que Portugal é um dos cinco países que introduziram uma provisão para o património líquido (ACE). Paralelamente, é um dos 17 países que têm legislação de caixa de patentes.

Simultaneamente, é o segundo país com a taxa implícita de subsídio fiscal mais elevada sobre as despesas de Investigação e Desenvolvimento, 34%.

A Tax Foundation também aponta que Portugal está entre os países com mais taxas sobre o rendimento empresarial: quatro a par da Coreia do Sul, apenas superados pela Costa Rica com cinco. Na OCDE, há 14 países que não têm várias taxas sobre o rendimento empresarial.

A instituição também destaca que as sobretaxas empresariais são "pouco comuns" nos países da OCDE, com apenas quatro países a aplicarem sobretaxas sobre as empresas: Portugal, Luxemburgo, Alemanha e França.

Olhando para outros segmentos, Portugal surge na 29ª posição sobre os impostos individuais, ranking este que conta com o Chile na última posição e a Estónia na primeira posição.

Nos impostos sobre o consumo, Portugal surge novamente na segunda metade da tabela (26º), com a Hungria a ser a pior classificada, e a Nova Zelândia a liderar.

Nos impostos sobre propriedade, Portugal obtém a melhor classificação (20º), no ranking liderado pela Estónia e a Itália a obter a pior classificação.

No caso das regras fiscais entre países, Portugal surge na 28ª posição, no ranking liderado pela Suíça, com o México a obter o último lugar.

A Tax Foundation destaca alguns pontos fortes do sistema fiscal nacional, como as empresas poderem deduzir os seus "impostos sobre propriedade do seu rendimento tributável e existe uma provisão para o património líquido (ACE).

"Portugal tem um sistema de impostos territorial, isentando dividendos estrangeiros e ganhos de capital para a maioria dos países", sublinham, acrescentando que o país tem "amortizações de custos de capital acima da média para investimentos em maquinaria".

Entre os pontos fracos, a organização destaca a "elevada" taxa paga pelas empresas de 31,5%, "incluindo várias sobretaxas", com a média da OCDE a ser de 23,6%.

O IVA a 23% aplica-se a "apenas metade da base tributária potencial sobre o consumo". Em terceiro, Portugal tem uma taxa de imposto "elevada sobre o rendimento pessoal de 53%, incluindo impostos complementares".