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Num lugar com vista para a história, meio hectare de Zara

Em 2018, o Quarteirão do Rossio foi vendido por 62 milhões de euros. André Caiado, arquiteto à frente da reabilitação do histórico edifício pombalino, falou com o JE sobre o projeto de cerca de 100 milhões de euros, que alberga uma nova loja Zara desde o início de setembro.

A segunda maior Zara do mundo cabe na Rua da Betesga. A entrada faz-se pela Praça Dom Pedro IV, no número 113 do edifício onde em tempos funcionou a Pastelaria Suíça, lado a lado com outros estabelecimentos emblemáticos do Rossio, ao longo de quase um século. O novo espaço da Inditex, inaugurado no início de setembro, apresenta-se como a mais “recente expressão” do modelo de loja Zara. Os cinco mil metros quadrados de superfície comercial, distribuídos por quatro amplos pisos, deram margem para a materialização de um conceito comercial baseado em grandes flagship stores, com uma imagem renovada, áreas de exposição de artigos que marcam a diferença e uma forte aposta na tecnologia e em avançados sistemas de eficiência energética. Neste edifício com 200 anos de história - num investimento a rondar os 100 milhões de euros -, o velho e o novo, o menos duradouro e o que melhor resiste à passagem do tempo, encontram-se num quadro de harmonia, A cuidada disposição dos artigos na loja, as áreas que convidam ao descanso, as lareiras , o painel de azulejos Viúva Lamego, os elementos da natureza - musgo, oliveiras e fetos - quase nada daquilo que se observa nos lembra que estamos numa loja fast fashion. A recuperação do edifício, da responsabilidade do proprietário, ficou a cargo do gabinete de arquitetura Contacto Atlântico, enquanto o projeto da loja Zara esteve nas mãos da arquiteta espanhola Elsa Urquijo. O piso zero em lioz - “a pedra que construiu a cidade de Lisboa” - tal como a escada em madeira de pinho ou sobro com o primeiro lance em pedra deixam claro o compromisso assumido pela Contacto Atlântico de se manter fiel à traça original pombalina.

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