O Novobanco vendeu a carteira de malparado designada “Projeto Orion”. O banco comunicou esta quinta-feira que “celebrou contratos de Compra e Venda de Créditos não produtivos e ativos relacionados”. A carteira foi vendida ao consórcio West Invest UK/LX Partners com um desconto de 70% face ao valor nominal, mas como estava provisionada gerou ganhos para o banco.
“O portefólio compreende mais de 12 mil empréstimos e, a setembro de 2021, o seu valor nominal (outstanding balance) ascendia a 231,3 milhões de euros. O valor de venda do portefólio totalizou 64,7 milhões”, informou o banco. “A concretização da transação, nos termos acordados, deverá ter um impacto marginal positivo na posição de capital do Novobanco e na demonstração de resultados de 2021”, avança o banco.
O Projeto Orion inclui créditos não produtivos (secured e unsecured) e ativos relacionados e que estão abrangidos pelo Mecanismo de Capital Contingente, “estando os contratos sujeitos a ajustamentos de perímetro habituais em operações desta natureza”, revela a nota. “Estes contratos representam uma redução de 168,1 milhões no montante de crédito não produtivo (NPL – non-performing loans) e “representam mais um marco relevante para o Novobanco, permitindo ao banco executar a sua estratégia de convergência para a média da UE”, diz a instituição.
O Novobanco tinha mandatado a KPMG para vender esta carteira de crédito malparado granular a que baptizou de “Orion”. Trata-se de uma carteira de pequenos créditos ao consumo e crédito a pequenos negócios.
A gestora de fundos LX Investment Partners, especialista em “distressed assets”, também ganhou a carteira de malparado apelidada de Lúcia, posta à venda pelo BCP, apurou o Jornal Económico. Trata-se de uma carteira composta por 63 milhões de créditos não produtivos (NPL) e por 47 milhões de euros de imóveis (REO - Real Estate Owned). O mesmo fundo LXPartners já tinha ganho, no início do ano, a carteira de NPL unsecured (sem garantias) com um valor bruto de cerca de 300 milhões de euros, correspondentes a cerca de 30.000 contratos de créditos, vendida pelo BPI – o chamado projeto Lime. Fontes do mercado dizem que a LX Partner em consórcio com a Tilden ganharam ainda a carteira de malparado do Banco Montepio, apelidada de Gerês que consiste num portfólio de crédito malparado no valor de 265 milhões de euros.