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“Não havendo bola de cristal, pelo menos há consultores”

Debate: Na JE Lab Talks “Líderes da Consultoria e Assessoria Financeira” estiveram em debate os desafios para as empresas na conjuntura atual e a importância da inteligência artificial para o seu crescimento.

A instabilidade vivida nos últimos anos, com a pandemia, a invasão da Ucrania e agora a violência no Médio Oriente, o seu impacto na economia e os desafios colocados às empresas e o papel de quem faz consultoria e assessoria financeira, foram o ponto de partida para a JE Lab Talks: Líderes da Consultoria e Assessoria de Financeira. A conversa entre João Nunes, Manager da Moneris e Carlos Oliveira, CEO da LBC, foi conduzida por Hugo Silva do JE Lab.

João Nunes começou por lembrar que a instabilidade económica tem sido uma constante nos últimos quinze anos, desde a crise do subprime, e que esta instabilidade se traduz num enorme desafio para quem faz consultoria e assessoria financeira às empresas. Para o manager da Moneris, as atuais crises são reflexo das crises anteriores “e por isso as empresas têm que se habituar a viver nestes cenários de incertezas constantes para que possam enfrentar o futuro com maior assertividade e com maior segurança”. Ainda segundo João Nunes, isso traduz-se também num enorme desafio para as consultoras e para quem presta assessoria às empresas e que o foco terá de estar “numa correta análise e gestão do risco”. E se admite que uma bola de cristal seria útil para conhecer por exemplo as consequências do conflito no Médio Oriente para a Economia, insiste que o essencial é a capacidade de mitigar os riscos.

Para Carlos Oliveira a arma das empresas para responder a esta conjuntura em mudança rápida é a inovação, seja radical, de mudança de modelo de negócios, ou incremental, de melhoria constante. E para o CEO da LBC, para iniciar esta inovação “o apoio externo traz vantagens para as empresas”. O segundo ponto essencial é a agilidade, sendo que quem responder rapidamente às mudanças irá ter vantagem sobre quem demorar mais tempos a responder. Para inovar com rapidez é essencial o apoio externo: “as empresas estão muito focadas nas suas operações e para fazer inovação, mudança, precisam de algum apoio”. O terceiro passo é trazer inteligência de fora para fazer face aos desafios cada vez mais complexo.

A necessidade de acrescentar inteligência externa serviu de mote para introduzir um tema incontornável, a inteligência artificial. Como explicou Oliveira, de “2020 a 2022 o investimento de capital de risco em novas empresas de IA aumentou 425%”. E se a inteligência artificial não é capaz de prever o futuro, “pode ajudar a responder de forma mais rápida”. Segundo o responsável da LBC, vamos ter um conjunto cada vez maior de ferramentas ao dispor, que irá obrigar a responder mais rapidamente e mais profundamente à inteligência artificial do que estava previsto. E a complexidade de soluções ao dispor vem demonstrar mais uma vez a importância do apoio externo, para permitir às empresas adaptar-se as novas realidades. Outros dos papéis importantes dos consultores é apoiar as empresas a tomar decisões seguras e éticas relativamente à inteligência artificial.

Para João Nunes ainda há um longo caminho a percorrer no que à inteligência artificial diz respeito, salientado que as consultoras precisam de criar não apenas equipas multidisciplinares de IT e de assessoria financeira, mas também têm de estar preparadas para as questões regulatórias, considerando que a regulação da inteligência artificial será um desafio que todos terão de enfrentar. Para isso as consultoras e quem faz assessoria de empresas terá que “definir uma estratégia de processos de inovação digital que levará a automação de processos e questões de cibersegurança”. Este é um desafio especialmente para o tecido empresarial português, constituído sobretudo por pequenas e médias empresas, que ainda muitas vezes não está sensibilizado para esta necessidade, o que reforça a importância das consultoras no incentivo às empresas para a importância da inovação. Carlos Oliveira sublinha a importância da inteligência artificial para as PMEs, porque “vai democratizar o acesso a uma série de ferramentas” que segundo ele lhes vai permitir serem “grandes empresas”. A LBC tem já um programa que apoia as pequenas e médias empresas a adotar a inteligência artificial. Com um escritório em São Francisco, a LBC já levou mais de 600 empresários para uma experiência de imersão.

João Nunes sublinhou ainda a importância das consultoras para dar a conhecer às empresas os fundos europeus disponíveis e no apoio às empresas para aceder a estes fundos de forma segura.

Assista a esta JE Lab Talks na JE TV e no Facebook e YouTube d’O Jornal Económico e fique a conhecer a importância da consultoria e da assessoria financeira para o sucesso das empresas num futuro incerto.

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