A advisor Gilda Pereira aponta o que a consultoria pode trazer às empresas e o que a sua experiência particular pode acrescentar ao negócio. Destaca o contributo que pode dar com o percurso feito como mulher empresária e o exemplo de como é possível conseguir desenvolver uma carreira e afirmar um negócio, conciliando com a vida familiar. E, também, soluções para reter talento, uma das atuais questões prioritárias no desenvolvimento empresarial.
Esta é uma parceria do JornalEconómico com a rede de advisors da Bridgewhat.
1. Que valor podem os advisors trazer às empresas?
A vida de um empresário nunca é fácil. São pessoas que decidem abraçar o risco e, por isso, todo o suporte que podem ter é bem-vindo. Os advisors, ao partilharem o seu conhecimento e a sua experiência, poderão auxiliar outros empresários que estejam a passar pelos desafios com os quais os advisors já se depararam no passado.
Aprender com a experiência dos outros poderá fazer com que outros empresários não cometam os mesmos erros ou consigam resolver os seus dilemas com essa troca de vivências.
2. O que destaca na sua experiência e conhecimento que pode contribuir para o desenvolvimento das empresas?
Da minha experiência pessoal penso que posso contribuir especialmente para jovens empresárias, isto porque, muitas vezes, as mulheres deixam-se ficar pelo caminho por não acreditarem que é possível conciliar o empreendedorismo com os desafios de serem mulheres, especialmente as que são mães. Eu gosto de passar a mensagem de que, quando somos boas naquilo que fazemos, tudo é possível conciliar e alcançar, dando o meu exemplo, que fui promovida a diretora-geral de uma consultora grávida de sete meses. Muitas vezes, o principal “bloqueio” está na nossa mente.
Posso também dar o meu contributo no que concerne à retenção de talento, um problema com o qual me deparei há dois anos, mas com certas medidas que tomei consegui estabilizar a minha equipa.
3. Como olha para o projeto da Bridgewhat?
A Bridgewhat é uma plataforma que pretende colocar em contacto empresários das mais diversas áreas de atuação e geografias, e com isso, partilhar experiências que possam ser enriquecedoras para os seus pares. Aderi como advisor da Bridgewhat há pouco tempo, mas a minha expectativa é elevada.
4. Que recomendações daria aos empresários e gestores portugueses?
Penso que, um pouco por todo o mundo, mas particularmente em Portugal, a palavra-chave para os empresários é resiliência.
A carga fiscal em Portugal é muito pesada e quem não embarca em “engenharias” fiscais tem muita dificuldade em crescer. Não existem muitos incentivos ao crescimento das PME em Portugal e isso pode ser um fator dissuasor para o empreendedorismo.
Sou apologista de que deveria também haver mais incentivos à contratação, muitos empresários acabam por não ter uma equipa maior pela carga fiscal e obrigações diretamente relacionadas com a contratação de recursos humanos.