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Montenegro tem desafio de criar “emprego com valor acrescentado”, diz economista

João Duque afirma que foi característica do Governo de António Costa manter o emprego sempre “em níveis muito bons”, no entanto, existe “pouco emprego com valor acrescentado” e isso “acaba por se reflectir na atividade económica do país”.

No discurso da tomada de posse, o novo primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu estar focado “essencialmente na resolução dos problemas das pessoas e na promoção do interesse nacional”, mas pela frente terá o desafio de criar postos de trabalho com “valor acrescentado”, segundo o economista João Duque.

“O que Montenegro quer fazer é de facto uma reforma estrutural na economia portuguesa e eu acho que nós precisamos disso”, disse o especialista ao Jornal Económico (JE).

João Duque frisou que foi característica do Governo de António Costa manter o emprego sempre “em níveis muito bons”, no entanto, existe “pouco emprego com valor acrescentado” e isso “acaba por se reflectir na atividade económica do país”.

“Não é saudável para um país crescermos em cima de postos de trabalho de turismo com baixo valor acrescentado”, considerou o professor catedrático do ISEG. “É preciso de facto mudar a estrutura da economia portuguesa para absover e remunerar bem o trabalho qualificado que nós vamos gerando”, acrescentou, em declaeações ao JE.

João Duque lembrou que “temos todos os anos à volta de 40 a 50 mil licenciados por ano”, mas “o que devíamos era gerar 40 a 50 mil empregos se não mais de alto valor acrescentado”.

“Há muitos miúdos que não arranjam cá oportunidades e vão-se embora. Isto é uma fuga de conhecimento que vai para fora que não temos capacidade para reter e isso é muito importante. Reter esses jovens, associando-os a uma capacidade de geração de rendimento”, afirmou.

Para João Duque, “isto quer dizer que temos de apostar mesmo nos sectores tradicionais na qualificação do posto de trabalho”. “Deixamo-nos levar e encantar muito pelo turismo”, atirou.

Na perpestiva deste perito, “ou nos enveredamos por este caminho ou então vamos ter um problema grave”, porque “depois se as pessoas vão todas embora as empresas vão começar a deixar de produzir em Portugal”.