A Microsoft, em parceria com a Accenture, a Avanade – joint venture entre a consultora e a tecnológica – e a Fábrica dos Unicórnios (Unicorn Factory Lisboa), vai criar uma AI Innovation Factory (“Fábrica de Inovação em Inteligência Artificial”) na zona de Alvalade, em Lisboa. O projeto ainda está em fase de construção e só deverá ficar concluído daqui a nove meses, em novembro.
A AI Innovation Factory, cujo objetivo é acelerar a adoção de Inteligência Artificial (IA) nas empresas públicas e privadas em Portugal e fazer a interligação ao ecossistema de startups, compromete-se a desenhar planos personalizados para as organizações e dar formação para estas competências digitais. O plano foi apresentado esta quarta-feira na sessão de abertura do evento de tecnologia “Building the Future”, que decorre até amanhã no Convento do Beato.
É “uma plataforma para inspiração e ideação, com acesso a demonstrações e casos reais, onde especialistas de indústria e tecnologia serão facilitadores na identificação de oportunidades e priorização de casos de uso, seguindo as melhores práticas do mercado, apoiados em metodologias comprovadas de design thinking”, detalha a Microsoft, que organiza nos próximos dois dias uma conferência tecnológica em Lisboa.
Apesar de, no futuro, ficar instalada no hub de IA da Fábrica dos Unicórnios, com cerca de 200m2, até lá prosseguirá o programa nos escritórios da Microsoft no Parque das Nações ou nos de parceiros, com um programa composto por três verticais: inspirar e imergir (1), dos tais workshops, demonstrações e experiências imersivas; visão e roadmap (2), de sessões de estratégia para desenho de roadmap (casos de uso) e adoção e dimensionamento (3).
O terceiro inclui “sessões de design de arquitetura para listar os requisitos técnicos de uma solução, incluindo o âmbito inicial, workshops de protótipos rápidos para implementar ideias-chave em dois-três sprints e um programa de competências que inclui certificações”, esclareceu fonte oficial da Microsoft Portugal ao Jornal Económico.
Por cada 91 cêntimos investidos o retorno é de 3,06 euros
Houve ainda espaço para a apresentação de um estudo da IDC que concluiu que as empresas que já implementaram IA estão a obter um retorno no prazo de 14 meses e por cada 0,91 euros investidos nesta tecnologia receberam em média de 3,06 euros.
Os analistas chegaram ainda à conclusão de que 40% das organizações em Portugal utilizam plataformas de cloud pública para experimentação, desenvolvimento e testes de IA e menos de um terço (26%) usa-as para todo o ciclo de implementação de IA, de ponta a ponta, o que faz de Portugal um mercado em linha com a Europa Ocidental.
“No entanto, mesmo com esta dinâmica e perspetiva positiva, as organizações estão a enfrentar desafios no que diz respeito à implementação. A escassez de profissionais qualificados está a impedir 54% das empresas de acelerar as suas inovações baseadas em IA”, lê-se no relatório “Da expectativa ao sucesso: Alcançar o sucesso empresarial com a IA na Europa – Portugal”.
Destaque também para o facto de quase quatro em cada dez (36%) empresas na amostra terem dito que têm um órgão de governance que supervisiona a IA responsável, no âmbito deste inquérito que envolveu duas mil entrevistas a representantes de empresariais, dos quais 500 fazem parte da região Europa, Médio Oriente e África.