A MaxFinance Portugal continua a apontar a sua estratégia de crescimento em Portugal através da proximidade com a abertura de mais lojas em todo o país. A empresa que se dedica à intermediação de crédito foi criada em 2008, tendo em Beatriz Rubio, uma das suas cofundadoras.
Em entrevista ao Jornal Económico (JE), a responsável traça os objetivos da MaxFinance até ao próximo ano, bem como a postura dos portugueses nos pedidos de crédito face à atual conjuntura económica que é vivida em Portugal.
Qual a estratégia de expansão da Maxfinance para Portugal até ao final deste ano e para 2024?
Manteremos o foco na abertura de lojas físicas, o objetivo é aumentarmos a proximidade local e o número de profissionais disponíveis. Iremos manter a estratégia de disponibilizar, no mesmo local as melhores ofertas do mercado, quer ao nível da banca, quer ao nível das financeiras, disponibilizando assim aos nossos clientes as melhores soluções do mercado. Estimamos abrir 60 novas lojas em 2023 e a previsão para 2024 é de alcançar mais de 200 lojas físicas.
Quais os principais dados que destacam dos resultados semestrais?
Destacamos a resiliência dos intermediários de crédito da Maxfinance que, num mercado em constante mutação, têm sabido manter-se ao lado das famílias deste país, para encontrar sempre a melhor solução que se adeque ao perfil de cada cliente de acordo com as preferências de cada um deles.
Como olham atualmente para a postura dos portugueses nos pedidos de crédito face à conjuntura económica que o país vive?
O público, através dos media, é informado em tempo real sobre o que se passa no mercado financeiro e no mundo. Devido a fatores como a inflação, a guerra e a subida das taxas de juro, entre outros, vêm a sua realidade de forma incerta, o que os torna extremamente cautelosos. Este facto traduz-se, como podemos constatar, num aumento do tempo de decisão e, consequentemente, numa falta de dinamismo no mercado de crédito à habitação.
Quais as atividades que mais pedidos de crédito tiveram dos portugueses no primeiro semestre?
De acordo com um relatório do Banco de Portugal, no primeiro semestre de 2023, quase metade das dívidas em incumprimento deveu-se à utilização dos cartões de crédito, sendo 48,7% dos processos iniciados. O crédito pessoal e o crédito automóvel representaram, respetivamente, 18,6% e 6,2% dos contratos integrados em PERSI1.
Em janeiro de 2023, o montante de novos créditos aos consumidores subiu 0,1% em comparação com dezembro de 2022, para 540 milhões de euros. Em março de 2023, o número de novos contratos de crédito ao consumo em Portugal cresceu 16,6%, com o valor contratado a subir 21% em relação a fevereiro 2023.
Relativamente a maio, os dados do Banco de Portugal revelaram o valor de 1,623 mil milhões sobre o financiamento total de crédito à habitação. Este dado representa um aumento de 28% em relação ao mês anterior e um aumento de 9% relativamente ao mês (A-1). Considerando os valores acumulados desde o início do ano, temos um aumento de 6,4% sobre o ano de 2022.
Se considerarmos o financiamento puro de crédito à habitação (sem renegociações), o mês de maio representou 1,027 milhões de euros. Este dado corresponde a um aumento de 30% em relação ao mês anterior e a uma diminuição de 26% relativamente ao mês (A-1). Se contabilizarmos os valores acumulados desde o início do ano temos uma diminuição de 26,2% sobre o ano de 2022.
Que perspetivas fazem para o mercado de crédito em Portugal até ao final de 2023?
É difícil dizer se as constantes subidas das taxas de juro que se têm verificado nos últimos 12 meses, com a última que aconteceu na semana anterior, atingiram o seu limite ou se ainda se pode esperar algumas alterações após o verão.
Com um cenário em mudança, as perspetivas também se alteram e para conseguirmos estabilidade no mercado português, devemos esperar manter estas taxas (que são os máximos históricos desde a criação do euro) e, assim, passar uma mensagem de estabilidade e certeza aos consumidores. Se, por outro lado, as taxas continuarem a subir, demorará mais tempo a atingir esse ponto de equilíbrio que transmite confiança ao mercado.