A consultora Alvarez & Marsal (A&M) Portugal reforçou a equipa com dois especialistas em recuperações e transformações, Nuno Nogueira da Silva e Tiago da Silva.
Têm experiência em consultoria financeira em Portugal e em mercados internacionais, especialmente nos países africanos de língua oficial portuguesa, mercados que o Managing Director e responsável pelo lançamento da A&M Portugal, Mário Trinca, aponta como objetivo, em entrevista ao Jornal Económico.
A A&M Portugal foi lançada em março de 2023 e integra a rede global da A&M.
Nuno Nogueira da Silva será Managing Director e Tiago da Silva Senior Director. Ambos foram contratados à consultora EY.
Que evolução teve a A&M no mercado português, em 2023?
A A&M Portugal foi lançada durante o segundo trimestre de 2023, com dois objetivos prioritários, que foram ambos cumpridos.
O primeiro consistiu na criação da empresa, como se de uma start-up se tratasse. A criação e a consolidação dos escritórios que integram a rede global estabelecida da A&M, como o escritório de Portugal, está enraizada no espírito empreendedor dos respetivos responsáveis locais. Por isso, os meus primeiros meses, enquanto Managing Director da A&M Portugal, foram focados na criação da empresa – infraestrutura de suporte, objetivos estratégicos, identificação de unidades de negócio e de perfis de assessores e consultores a contratar.
Paralelamente, trabalhámos também para cumprir o segundo objetivo, relativo à construção da carteira de clientes. Conseguimos angariar dois importantes clientes, que atuam no sector financeiro, aos quais damos apoio na otimização e no aumento das receitas e na melhoria da fiabilidade das projeções financeiras de balanço, risco e rendibilidade.
Tratam-se de clientes relevantes no mercado e que demonstram a nossa capacidade em apoiar entidades de grande dimensão.
Que objetivos de crescimento tem a A&M para este ano? Com preponderância em que sectores?
Mais do que falar em crescimento do negócio, uma empresa ambiciosa, como a A&M Portugal, deve procurar identificar oportunidades de negócio que de facto criam mais valor para atuais e futuros clientes e que nos diferenciam no mercado. E é exatamente isso que temos vindo a fazer.
Por vocação e experiência profissionais, o sector financeiro, que inclui os sectores bancário e segurador, é uma área natural para a A&M Portugal e na qual sabemos que podemos fazer diferença. O currículo dos nossos consultores e assessores financeiros (sete, no total) demonstra também que temos profundas competências que podemos aportar em outros sectores de atividade, como o sector público, a aviação ou as infraestruturas, por exemplo.
Mais do que os sectores de atividade económica em que nos queremos posicionar, estamos a pensar estrategicamente nas tipologias de serviços que podemos oferecer, tendo em conta a dinâmica do mercado português. Neste sentido, estamos a oferecer soluções na melhoria de receitas, eficiência de custos, assessoria senior em processos de testes de stress, e responder à procura por soluções de previsibilidade do comportamento de instrumentos financeiros, por exemplo, no sector bancário.
Nas temáticas de Restruturação Financeira e Operacional, na assessoria a Private Equity, na área de M&A, vemos muito potencial de crescimento, tipologias de serviços que conhecemos bem e nas quais temos valências relevantes.
Prevê mais contratações este ano?
Neste momento somos seis e temos a ambição de fechar o ano de 2024 com 14 ou 15 consultores, mais do que duplicando a equipa atual, excluindo o António Ramalho, nosso senior advisor.
Tendo em conta a proposta de valor que damos aos nossos clientes, contratamos pessoas com elevada experiência profissional em consultoria.
A entrada do Nuno Nogueira da Silva e do Tiago da Silva, de que muito me orgulho, para o estabelecimento da área de Restruturação Financeira e Operacional, é um exemplo disso mesmo: profissionais que participaram em projetos de grande complexidade e dimensão e que demonstraram uma real capacidade de resolver os problemas aos clientes, com pragmatismo e eficácia.
Naturalmente, as pessoas que pretendemos contratar serão mais-valias para as unidades de negócio em que queremos apostar em Portugal.
Não obstante, quando uma multinacional, como a A&M, decide entrar em um mercado, está preparada para trabalhar a 360º, qualquer que seja o sector de atividade e qualquer que seja a tipologia de serviços que faz parte na nossa oferta de serviços profissionais.
Tendo em conta a experiência de Nuno Nogueira da Silva e de Tiago da Silva, a A&M pretende apostar nos mercados africanos?
Claramente. O mercado africano e, em especial, os PALOP, com o qual Portugal está muito conectado, nomeadamente Angola e Moçambique, são importantes. As experiências profissionais do Nuno Nogueira da Silva, do Tiago da Silva, e a minha própria, permitem-nos ter um conhecimento aprofundado da realidade dos PALOP que, apesar da proximidade cultural e até emocional com Portugal, são mercados com dinâmicas e características diferentes.
Com a entrada do Nuno Nogueira da Silva e do Tiago da Silva, a A&M Portugal está mais do que preparada para atuar nos mercados africanos onde há muito potencial de crescimento.
Como se integra esta aposta na reestruturação na estratégia de crescimento da A&M?
A Reestruturação faz parte do património da A&M há quatro décadas - requer uma verdadeira mentalidade de turnaround, para enfrentar desafios complexos, crescimento e criação de valor. Sobretudo na vertente Operacional, acreditamos ter grande experiência e proposta de valor diferenciadora.
Este investimento, acima de tudo, permite chegar-nos a mais mercados e a mais clientes, abrindo o leque de oportunidades para a nossa atividade. Somos ambiciosos e quanto maior a dimensão dos mercados em que atuamos, melhor.