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Manuel Aires Mateus, as colinas de Lisboa e as sete vidas das cidades

Arquitetura : Pensar a cidade exige vivê-la. Manuel Aires Mateus e o seu eterno pulôver azul, mãos em parte guardadas nos bolsos da frente dos jeans, ombros puxados para cima, olhar curioso, sabe o que vale mas não o exibe – ele gosta mesmo das ruas de Lisboa e pensou nelas uma e outra vez, não tem ideias feitas. É um arquiteto feito e também em construção,

O ateliê de Manuel Aires Mateus tem nas paredes uma série de frescos que não lembram ao diabo numa casa onde se pensa e faz arquitetura com maiúscula — aqui, procuram-se ideias próprias e uma execução sempre novas. A qualidade é a portentosa laje onde repousa o edifício conceptual (será mais certo dizer “o cânone” de Aires Mateus?) que implica pensar, repensar e resolver a maneira como vivemos. Os frescos, que vi há um ano, numa outra vida, não me saíram da cabeça. As caras estão tortas e disformes, mas não são arte, são apenas rabiscos toscos que saltaram de um pincel sem perspetiva e ângulo e olhar.

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